OS
LUGARES COMUNS
Quando
o homem que ia casar comigo
chegou
a primeira vez na minha casa,
eu
estava saindo do banheiro, devastada
de
angelismo e carência. Mesmo assim,
ele
me olhou com olhos admirados
e
segurou minha mão mais que
um
tempo normal a pessoas
acabando
de se conhecer.
Nunca
mencionou o fato.
Até
hoje me ama com amor
de
vagarezas, súbitos chegares.
Quando
eu sei que ele vem,
eu
fecho a porta para a grata surpresa.
Vou
abri-la como o fazem as noivas
e
as amantes. Seu nome é:
Salvador
do meu corpo.
Adélia
Prado
Bagagem