quarta-feira, 27 de junho de 2012
O QUE JESUS ENSINOU E OS CRISTÃOS REPUDIAM
Não
julgueis para não serdes julgados. Pois com o julgamento com que julgais sereis
julgados, e com a medida com que medis sereis medidos. Por que reparas no cisco
que está no olho do teu irmão, quando não percebes a trave que está no teu? Ou
como poderás dizer ao teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu
mesmo tens uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e
então verás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão.
Mt
7, 1-5
segunda-feira, 25 de junho de 2012
domingo, 24 de junho de 2012
sábado, 23 de junho de 2012
PANEM NOSTRUM
LUBRICIDADE
Quisera
ser a serpe venenosa
Que
dá-te medo e dá-te pesadelos
Para
envolver-me, ó Flor maravilhosa,
Nos
flavos turbilhões dos teus cabelos.
Quisera
ser a serpe veludosa
Para,
enroscada em múltiplos novelos,
Saltar-te
aos seios de fluidez cheirosa
E
babujá-los e depois mordê-los...
Talvez
que o sangue impuro e flamejante
Do
teu lânguido corpo de bacante,
Da
langue ondulação de águas do Reno
Estranhamente
se purificasse...
Pois
que um veneno de áspide vorace
Deve
ser morto com igual veneno...
Cruz
e Sousa
Broquéis
sexta-feira, 22 de junho de 2012
OS NOVOS INCONFIDENTES
APOSENTADORIA
Antônio
Leite Gondim
Antônio
Lisboa de Melo
Antônio
Lopes Wanderley da Silva
Antônio
Machado
Antônio
Marciano
Antônio
Nascimento da Silva
Antônio
Olinto Januário da Silva
Antônio
Pereira
Antônio
Ramos Bezerra
Antônio
Rodrigues Moreira
Antônio
Rodrigues Xavier
Antônio
Santos Flores
Antônio
Silveira Thomaz
Antônio
Sílvio Cunha Bueno
Antônio
Tavares Barros
Antônio
Tavares Ramos
Antônio
Venâncio Barbosa
Antônio
Vital do Rego
Antônio
Xavier da Silva
Antunes
Queiroz Chaves
Apolo
Heringer Lisboa
Aracélia
Magna Bosco
Arcílio
Ferreira Goulart
Ari
Mazzini Canarin
Ariovaldo
Neri Caon
Aristides
Fernandes Rosa Filho
Aristófanes
Vieira Coutinho
Arlindo
de Sá Barbosa
Arlindo
Guimarães
Armando
Martins Ferreira
Armindo
Marcílio Doutel de Andrade
Arnaldo
Carnsciali
Arnaldo
Cavalcanti Marques
Arnulfo
Adolfo da Costa Alfaia
Arp
Procópio de Carvalho
Arthur
Caetano da Silva Júnior
Arthur
Eduardo de Oliveira Carvalho
Arthur
Fonseca de Oliveira
Arthur
Henrique Ennes de Almeida
Ary
Gomes da Cunha
Ary Hélio Bigois
Ary Munhoz
Ary Schiavo
Ary
Silveira de Souza
Ary
Silvério Gonçalves
Ary
Vicente da Silva
Ascendino
da Silva Bina
Assis
Moura
Astolfo
Dutra Nicácio
Athayde
Ferrari
Atílio
da Costa
Áttila
dos Santos Ribeiro
quarta-feira, 20 de junho de 2012
OS INCONFIDENTES
AUTO DE CORPO DE DELITO (1)
Ano
do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e oitenta e nove,
aos quatorze dias do mês de junho do dito ano, nesta Vila Rica de Nossa Senhora
do Pilar do Ouro Preto, e casas de residência do Doutor Desembargador Pedro
José Araújo de Saldanha, Ouvidor Geral e Corregedor desta Comarca, onde eu,
Escrivão ao diante nomeado, fui vindo, e sendo aí, pelo dito Ministro me foram
dadas as seis cartas de denúncia que sucessivamente apresentaram ao Ilustríssimo
e Excelentíssimo Senhor Visconde de Barbacena, Governador e Capitão General
desta Capitania, de cuja mão as recebeu: o Coronel Joaquim Silvério dos Reis; o
Tenente-Coronel Basílio de Brito Malheiro; o Mestre de Campo Inácio Correia,
com o seu respectivo Auto de Ratificação e mais declarações; o Tenente-Coronel
Francisco de Paula Freire de Andrada; o Coronel Francisco Antônio de Oliveira
Lopes; e o Tenente-Coronel Domingos de Abreu Vieira, com os mais papéis e Auto
de Achada às mesmas juntos; que tudo vai por mim rubricado por assim o
determinar o dito Ministro; cujas cartas manifestam e denunciam o plano de uma
sublevação que se pretendia concitar nesta Capitania, indicando-se juntamente
nelas alguns dos cúmplices que intervinham na referida confederação; as quais
cartas e mais papéis juntos ficam servindo de corpo de delito, que nas mesmas
se fez para a Devassa a que manda proceder o dito Ilustríssimo e Excelentíssimo
Senhor General pela sua Portaria ao diante junta, datada de doze do corrente mês;
do que tudo, para assim constar, mandou ele referido Ministro formar este auto,
em que assinou comigo, o Bacharel José Caetano César Manitti, Escrivão nomeado,
que o escrevi e assinei.
Saldanha. —
José Caetano César Manitti.
PORTARIA
DO VISCONDE DE BARBACENA AO DES. PEDRO JOSÉ ARAÚJO DE SALDANHA. VILA RICA,
12-06-1789.
Por
ter chegado à minha notícia que algumas pessoas tinham formado nesta Capitania
o temerário e abominável projeto de uma sublevação contra a Majestade e
legítima Soberania da Rainha nossa Senhora, que Deus guarde, e da sua Real
Coroa, conjurando-se entre si, podendo corromper a fidelidade do povo e da
tropa, e usando para o mesmo fim de outros perversos e horrorosos meios, ordeno
ao Desembargador Ouvidor Geral e Corregedor desta Comarca que, autuadas as
denúncias ou representações, cartas e mais papéis que lhe entrego, haja de
proceder com toda a circunspecção e segredo possível à investigação e
inquirição devassa deste gravíssimo delito sem determinado tempo ou número de
testemunhas, escrevendo nela o Doutor José Caetano César Manitti, Ouvidor Geral
e Corregedor da Comarca do Sabará, que na conformidade das ordens de Sua
Majestade tenho nomeado para escrivão em todas as diligências, procedimentos e
autos judiciais concernentes ao exame deste importante negócio; e confio da
fidelidade, inteligência, atividade, e zelo pelo Real serviço, de um e outro
Ministro, o completo desempenho dele, procurando conhecer não somente os
autores e cúmplices de tão execranda maldade, mas todo o pernicioso sistema e
progresso dela, e dando-me parte de tudo para eu ocorrer continuadamente com
todo o auxílio e providência que forem necessárias.
Vila
Rica, 12 de junho de 1789
(Rubrica
do Visconde de Barbacena)
terça-feira, 19 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
O QUE JESUS ENSINOU E OS CRISTÃOS REPUDIAM
Por
isso vos digo: Não vos preocupeis com a vossa vida quanto ao que haveis de
comer, nem com o vosso copo quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais
que o alimento e o corpo mais do que a roupa? Olhai as aves do céu: não
semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E , no entanto, vosso Pai celeste as
alimenta. Ora, não valeis vós mais do que elas? Quem dentre vós, com as suas
preocupações, pode acrescentar um só côvado à duração da sua vida? E com a
roupa, por que andais preocupados? Observai os lírios do campo, como crescem, e
não trabalham nem fiam. E, no entanto, eu vos asseguro que nem Salomão, em toda
sua glória, se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo,
que existe hoje e amanhã será lançada ao forno, não fará ele muito mais por
vós, homens fracos na fé? Por isso, não andeis preocupados, dizendo: Que iremos
comer? Ou, que iremos beber? Ou, que iremos vestir? De fato, são os gentios que
estão à procura de tudo isso: vosso Pai celeste sabe que tendes necessidade de
todas essas coisas. Buscai, em primeiro lugar, seu Reino e sua justiça, e todas
essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos preocupeis, portanto, com o dia
de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta o
seu mal.
Mt
6, 25-34
domingo, 17 de junho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
PANEM NOSTRUM
E
são setas do céu (Ó sagitário!).
Versos
brotam de mim. Depois de lidos
os
distribuo por um destino vário,
depondo
em seus percursos meus sentidos.
Exijo
que eles sejam meu sudário.
Reconheço-me:
aqui os meus gemidos,
e
ali esse vulcão desnecessário,
jogando
lava em todos os sentidos.
Que
chegar de presenças! Que contágio!
Que
pajens anunciados e banidos!
Nos
bosques sugeridos — que presságio!
Perscruto-me
nos verbos nunca ouvidos,
apenas
pressentidos ou passados.
Ó
bosque ermo de pássaros calados!
Jorge
de Lima
Livro
de Sonetos
1949.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
quinta-feira, 14 de junho de 2012
OS NOVOS INCONFIDENTES
APOSENTADORIA
Abelardo Custódio de
Oliveira
Abelardo Zaluar
Abílio Dutra
Abrahão Blay
Acyr da Silva Furtado
Ada Natal Rodrigues
Adalberto da Silva Guedes
Adalberto Xavier de Paula
Ademar Paulino de Freitas
Adenor Ferreira dos Santos
Rodrigues
Adílson Victor de Araújo
Adolfo Costa Santos
Adolfo Pereira Maia Filho
Afonso Bento Bezerra
Afonso Henrique Martins
Saldanha
Agenor Soares Pereira
Agnello Martins dos Santos
Aguinaldo Barbalho
Simonetti
Aguinaldo Caheté Rego
Aguinaldo Carneiro da
Silva
Ailton Ribeiro Maia
Alberto Amorim
Alberto Coelho de Souza
Alberto de Carvalho da
Silva
Alberto José Azzolini
Alberto Latorre de Faria
Alberto Nunes
Alberto Rajão Reis
Albery Rodrigues de
Carvalho
Alcenir de Azevedo
Alceste Ribas de Macedo
Alceu Alves Maciel Feitosa
Alcides Augusto Pereira
Alcides Ribeiro Moes
Aldo Ávila da Luz
Aldo Lins e Silva
Aleixo Amaral da França
Alencar Baptista
Alexandre Bichara
Álfio da Fonseca
Alfredo de Oliveira
Coutinho
Alfredo Dias Bandeira
Alfredo Lambert
Alfredo Pereira Nunes
Alice Thereza Bojakowski
Allan de Paula Fernandes
Almir Diniz Vila Nova
Almir Leal Arnaut
Aloísio Lavra de Magalhães
Aloísio Pimenta
Aloysio Ubaldo da Silva
Nonô
Altamiro Ignácio da Costa
Altino de Carvalho
Aluísio Batista Peixoto
quarta-feira, 13 de junho de 2012
OS INCONFIDENTES
1
– ABERTURA
1.1
— Auto de devassa a que mandou proceder o Doutor Desembargador Pedro José
Araújo de Saldanha, Ouvidor Geral e Corregedor desta Comarca, por ordem do
Ilustríssimo e Excelentíssimo Senhor Visconde de Barbacena, Governador e
Capitão-General desta Capitania, sobre a Sedição e Levante que na mesma se
pretendia excitar.
Escrivão
O
Bacharel José Caetano César Manitti, Ouvidor Geral e Corregedor da Comarca de
Sabará.
1.2
— Ano do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil e setecentos e oitenta
e nove, aos quinze dias do mês de junho do dito ano, nesta Vila Rica de Nossa
Senhora do Pilar do Ouro Preto e casas de residência do Doutor Desembargador
Pedro José Araújo Saldanha, Ouvidor Geral e Corregedor desta Comarca, onde eu
Escrivão ao diante nomeado fui vindo e sendo aí, por ele dito Ministro me foi
participado que em observância da Portaria do Ilustríssimo e Excelentíssimo
Senhor Visconde de Barbacena, Governador e Capitão-General desta Capitania,
datada de doze de junho do corrente ano, e auto de corpo de delito e mais
papéis dele juntos, de que o mesmo faz menção, queria proceder a devassa para,
pelo auto dela, se perguntassem testemunhas e se poder examinar e vir no
perfeito conhecimento, não só dos infames réus que temerariamente se
abalançaram a perpetrar o execrando delito de que foram denunciados, havendo já
de antemão e com premeditada maldade disseminado em alguma parte do povo desta
Capitania vários discursos e vozes sediciosas, adaptadas ao fim que se
propunham de ilaquear e dispor os mesmos povos a uma horrorosa e geral
sublevação, que pretendiam concitar e teriam já praticado se lhes não obstasse
a incorrupta fidelidade que neles encontraram; mas também se descobrirem os
mais cúmplices que, por qualquer modo ou maneira, houverem prestado ou
concorrido com auxílio, conselho ou favor para tão temerário procedimento; e
conhecida a verdade, serem uns e outros punidos com todas as penas cíveis e
criminais por Direito estabelecidas; de que tudo, para constar, mandou ele dito
Ministro fazer este auto, que recebeu na parte que era de receber segundo a
forma da Lei, e o qual se assinou comigo, o Bacharel José Caetano César
Manitti, Ouvidor e Corregedor da Comarca do Sabará, Escrivão nomeado para esta
diligência, que o escrevi e assinei.
Saldanha
— José Caetano César Manitti
terça-feira, 12 de junho de 2012
segunda-feira, 11 de junho de 2012
O QUE JESUS ENSINOU E OS CRISTÃOS REPUDIAM
Ninguém
pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará o outro, ou se
apegará ao primeiro e desprezará o segundo. Não podeis servir a Deus e ao
Dinheiro.
Mt
6, 24
domingo, 10 de junho de 2012
sábado, 9 de junho de 2012
PANEM NOSTRUM
Olhos,
olhos de boi pendidos vertem
prantos
por quem se foi. Ouvidos ouvem,
calam.
Crepes enlutam as janelas.
Fundas
ouças escutam seus gemidos.
Tudo
é um soluço, ôi, ôi, soluça, inerte,
ninguém,
ninguém, ninguém. Nem os ciprestes.
A
morte é surda. Amém nos teus ouvidos.
O
céu mata, o sol mata, a mão também.
Quem
é que está jorrando sangue sem
espelho
para ver-se em fronte rubra?
Um
duro som de sombra prolongada
enche
a negra mortalha congelada,
que
com ela não há quem não se cubra.
Jorge
de Lima
Livro
de Sonetos
sexta-feira, 8 de junho de 2012
A BÍBLIA SAGRADA
Naquela
mesma noite, ele se levantou, tomou suas duas mulheres, suas duas servas, seus
onze filhos e passou o vau do Jaboc. Ele os tomou e os fez passar a torrente e
fez passar também tudo o que possuía. E Jacó ficou só.
E
alguém lutou com ele até surgir a aurora. Vendo que não o dominava, tocou-lhe
na articulação da coxa, e a coxa de Jacó se deslocou enquanto lutava com ele.
Ele disse: “Deixa-me ir, pois já rompeu o dia.” Mas Jacó respondeu: “Eu não te
deixarei se não me abençoares.” Ele lhe perguntou: “Qual é o teu nome?” —
“Jacó”, respondeu ele. Ele retomou: “Não te chamarás mais Jacó, mas Israel,
porque foste forte contra Deus e contra os homens, e tu prevaleceste.” Jacó fez
esta pergunta: “Revela-me teu nome, por favor.” Mas ele respondeu: “Por que
perguntas pelo meu nome?” E ali mesmo o abençoou.
Jacó
deu a este lugar o nome de Fanuel, “porque,” disse ele, “eu vi Deus face a face
e a minha vida foi salva.” Nascendo o sol, ele tinha passado Fanuel e
manquejava de uma coxa. Por isso os israelitas, até hoje, não comem o nervo
ciático que está na articulação da coxa, porque ele feriu Jacó na articulação
da coxa, no nervo ciático.
Gn
32, 23-3
OS NOVOS INCONFIDENTES
TRANSFERÊNCIA
PARA A RESERVA
Hélio
de Castro Alves Anísio
Hélio
Fernandes Ávila
Hermano
Póvoa de Mattos
Hugo
Amorim de Lima
Hugo
Hartz
Humberto
Freire de Andrade
Humberto
Molinaro
Jarbas
Ferreira de Souza
Jayme
da França Torres
Jéferson
Cardim de Alencar Osório
João de Moura Dias
João Evangelista Mendes da
Rocha
João Guerreiro Brito
Joaquim Gouvêa de
Albuquerque
Joaquim Ignácio Baptista
Cardoso
Joaquim Louzada Mariante
Joaquim Pires Cerveira
José Luiz de Araújo Goyano
José Niepce da Silva Filho
José Pires Cerveira
Júlio César Sá Carvalho
Kardec Leme
Ladário Pereira Telles
Lamartine Coutinho Corrêa
de Oliveira
Lauro Almeida Bandeira de
Mello
Lauro Amorim Moura
Lauro Garcia Carneiro
Leo Affonso Sobral
Lidenor de Melo Mota
Luiz Fernando Ladeira
Leite Velho
Luiz Tavares da Cunha
Mello
Lupércio Uruguay de
Carvalho Malta
Luzio Pinheiro de Miranda
Manoel Ignácio de Souza
Júnior
Manoel Musa Filho
Marcello Pires Cerveira
Júnior
Márcio de Albuquerque
Suzano
Mathias Bailiú
Maurício Eugênio do
Nascimento Filho
Maurício Martins Seidl
Miguel Alfredo Arraes de
Alencar
Moacyr Pereira Lima
Nairo Villanova Madeira
Napoleão Nobre
Newton Barra
Nicolau José de Seixas
Odair Fernandes Aguiar
Odilário Brasil
Ony Magalhães Machado
Oromar Osório
Oscar Ferreira de Souza
Oswaldo Nunes
Otacílio Lupi
Ottomar Soares de Lima
Paulo Eugênio Pinto Guedes
Paulo Galvão Duarte Simões
Paulo Malta Rezende
Paulo Silveira Werneck
Paulo Soares Machado
Pedro de Araújo Yung-Tay
Pedro Paulo de Albuquerque
Suzano
Pedro Paulo de Araújo
Suzano
Píndaro Cardim de Alencar
Osório
Plínio Deus Fernandes
Príamo Ferreira de Souza
Raul de Araújo Alves
Carnaúba
Renato Arantes Tinoco
Renato da Costa Braga
Renato Riedel Osório de
Pina
René Magarinos Torres
Ricardo Nicoll
Roberto Julião Pereira de
Baere
Ruy Barbosa Moreira Lima
Ruy Codevilla Rocha
Saião Caldeira Bastos
Filho
Santiago Cordeiro da Cruz
Saldanha
Sebastião Nunes Cavassoni
Silvino Romero Pereira
Martins
Sylvio Borges de Souza
Motta
Tarcísio da Frota Leite
Tertuliano Rocha Filho
Thales Fleury Godoy
Ubiratan Miranda
Vanius de Miranda Nogueira
Waldemar Dantas Borges
Walter Humberto Monte
Wankes de Aragão Araújo
Washington Frazão Braga
quarta-feira, 6 de junho de 2012
MACHADO
“Você sabe o que é ter um amor, meu senhor...”
Lupicínio Rodrigues
No vasto campo das
relações literárias franco-brasileiras, não é de estranhar que, na mesma época,
dois autores, mesmo sem se ter lido ou conhecido, tenham produzido obras-primas
ligadas ao ciúme masculino, recorrendo a fontes de leitura comuns. Assim, em
1899, Machado nos dá a conhecer Dom
Casmurro, e, em 1908, Proust começa a redação de No Caminho de Swann (1913), onde encontramos o romancete Um Amor de Swann.
O tema — com ser velho —
ganha nova dimensão graças ao interesse crescente pela mulher tanto no campo da
Psicologia quanto no da Fisiologia, sem se esquecer o da saúde pública. Seus
desdobramentos farão que se corporifique ainda com maior força a figura da
Mulher Fatal, que em sua faceta moderna e profana se corporifica nas figuras da
cigana Carmen e da atriz-prostituta Naná (1879-1880).
Nossos autores estão sob a
égide da Belle Époque, que, como
sabemos, marca um dos momentos de maior imantação da cultura brasileira pela
francesa. As questões debatidas na França encontram eco nas preocupações
brasileiras: assim a consolidação da República, a idéia de progresso
sócio-cultural, a salvaguarda da saúde pública e, no campo artístico, o
esteticismo e a expressão da “identidade” feminina, entre outros. O momento,
por tanto, era propício ao desenvolvimento literário da estupefação do homem
diante do sexo oposto, cujo mistério insondável ultrapassava os limites de uma
sexualidade consentânea com a vida burguesa, ingressando, em alguns casos, no
campo do lesbianismo.
A perspectiva machadiana —
na esteira dos perfis femininos de Alencar — já compreendia uma grande
personagem inquietante, Sofia, cuja continuidade é negada pelo autor, conforme
podemos ler no prólogo à terceira edição de Quincas Borba (1899):
A Sofia está aqui toda. Continuá-la seria
repeti-la, e acaso repetir o mesmo seria pecado.
Daí a mudança de
perspectiva da nova narrativa: estamos diante de um marido ciumento, para quem a esposa pertence ao domínio da
malícia e da “traição”. No entanto, a mulher — com toda sua carga de
negatividade — não é encontrada na rua, como tantas cortesãs ou atrizes
sustentadas por um homem rico, mas traz os elementos delas provenientes os
quais — ainda que matizados — não deixarão de atuar no imaginário masculino,
donde o ciúme, motor da história e motivo de uma das frases finais de Capitu:
— Pois até os defunctos! Nem os mortos escapam aos seus ciúmes!”
Para a amiga da infância
tornar-se perigosa, mister se fazia uma caracterização em que avultassem
elementos ligados a mulheres inquietantes e destruidoras. O conúbio
representado por familiaridade fluminense e importação francesa interessa de
perto. Ele é a base da representação da suspeita que, aos poucos, vai solapando
a relação entre Bentinho e Capitu, fazendo que a plasmação da figura feminina
passe obrigatoriamente pela tradição literária do tema, que Machado irá adaptar
aos interesses de sua economia narrativa.
Philippe Chardin
mostra-nos que, ao contrário da visão clássica ligando o ciúme a dados
universais e atemporais, grande parte da literatura moderna vincula tal
sentimento ao aspecto social em que ele surge, sendo mesmo um dos principais
interesses das obras da Belle Époque.
Ora, uma das figuras mais importantes nesse momento, como caracterização do
transbordamento feminino é Carmen, tornada realmente popular graças à ópera de
Bizet (1875).
Imediatamente vem ao
espírito do leitor brasileiro a expressão denunciadora da inquietação provocada
por Capitu, os olhos “de cigana oblíqua e dissimulada”, segundo a descrição de
José Dias. O texto de Mérimée, descrevendo o rosto dos ciganos, constitui a
fonte machadiana:
Leurs yeux sensiblement
obliques, bien fendus, très noirs, sont ombragés par des cils longs et épais.
(Seus olhos sensivelmente oblíquos, bem rasgados,
muito negros, são escurecidos por cílios longos e espessos.)
Além do aspecto físico, o
dado social inclui a origem inferior da mulher fatal, tal como a cigana
(Carmen) em relação ao nobre de província (Don
José), propiciando, na obra brasileira, a necessidade que tem o narrador /
Bentinho de pontuar a ascensão social de Capitu, pelo casamento:
A alegria com que pôs o seu chapéu de casada, e o
ar de casada com que me deu a mão para entrar e sair do carro, e o braço para
andar na rua, tudo me mostrou que a
causa da impaciência de Capitu eram os sinais exteriores do novo estado. Não
lhe bastava ser casada entre quatro paredes e algumas árvores; precisava do resto
do mundo também. (Dom Casmurro).
Gilberto Pinheiro Passos
Sob o Signo do Ciúme:
Bentinho e Charles Swann
em Machado de Assis —
ensaios da crítica contemporânea
Editora Unesp. São Paulo
(SP). 2008.
terça-feira, 5 de junho de 2012
O QUE JESUS ENSINOU E OS CRISTÃOS REPUDIAM
A
lâmpada do corpo é o olho. Portanto, se teu olho estiver são, todo teu corpo
ficará iluminado; mas se teu olho estiver doente, todo teu corpo ficará escuro.
Pois se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão as trevas!
Mt
6, 22-23
segunda-feira, 4 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
PANEM NOSTRUM
EM SONHOS...
Nos santos óleos do luar,
floria
Teu corpo ideal, com o
resplendor da Hélade...
E em toda a etérea, branda
claridade
Como que erravam fluidos
de harmonia...
As Águias imortais da
Fantasia
Deram-te as asas e a
serenidade
Para galgar, subir à
Imensidade
Onde o clarão de tantos
sóis radia.
Do espaço pelos límpidos
velinos
Os astros vieram claros,
cristalinos,
Com chamas, vibrações, do
alto, cantando...
Dos santos óleos no luar
envolto
Teu corpo era o Astro nas
esferas solto,
Mais Sóis e mais Estrelas
fecundando!
Cruz e Sousa
em Broquéis
sábado, 2 de junho de 2012
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