E
são setas do céu (Ó sagitário!).
Versos
brotam de mim. Depois de lidos
os
distribuo por um destino vário,
depondo
em seus percursos meus sentidos.
Exijo
que eles sejam meu sudário.
Reconheço-me:
aqui os meus gemidos,
e
ali esse vulcão desnecessário,
jogando
lava em todos os sentidos.
Que
chegar de presenças! Que contágio!
Que
pajens anunciados e banidos!
Nos
bosques sugeridos — que presságio!
Perscruto-me
nos verbos nunca ouvidos,
apenas
pressentidos ou passados.
Ó
bosque ermo de pássaros calados!
Jorge
de Lima
Livro
de Sonetos
1949.