sábado, 27 de dezembro de 2014

ARRAIAL DO CABO


ANO NOVO 2013


ANO NOVO 2012


ANIVERSÁRIO 2014


A LISTA


Orlando Beckmann GEISEL  (l905 - l979)

Vicente de Paulo Dale COUTINHO  (1910 - 1974)

Sylvio Couto Coelho da FROTA  (1910 - 1996)

Fernando Belfort BETHLEM  (1914 - 2001)

Walter Pires de Carvalho e ALBUQUERQUE  (1915 - 1990)

Ernesto de Melo BATISTA  (1907 - 1985)

Paulo BOSÍSIO  (1900 - 1985)

Zilmar Campos de Araripe MACEDO  (1908 - 2001)

Adalberto de Barros NUNES  (1905 - 1984)

Geraldo Azevedo HENNING  (l917 - 1995)

Maximiano Eduardo da Silva FONSECA  (1919 - 1998)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

PETRÓPOLIS


TIRADENTES


TRONO DE FÁTIMA


VIAGENS


OS INCONFIDENTES


João Rodrigues Monteiro, Furriel do Regimento de Cavalaria Paga desta Capital, natural de Melgaço, Comarca de Barcelos, Arcebispado de Braga, morador nesta mesma Vila, de idade de quarenta e cinco anos, testemunha a quem ele dito Ministro deferiu o juramento dos Santos Evangelhos em um livro deles, em que pôs sua mão direita, sob cargo do qual lhe encarregou jurasse a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, o que assim prometeu fazer, como lhe estava encarregado.

E perguntado ele testemunha pelo conteúdo no Auto desta Devassa que todo lhe foi lido, disse que sabe, por ser público e notório depois que se fizeram as prisões, tanto do Coronel Joaquim Silvério e Alferes Joaquim José da Silva no Rio de Janeiro, como as que se praticaram nesta Capital e na Comarca do Rio das Mortes, que estava para se fazer um levante nestas Minas, sendo chefes do mesmo os dois primeiros presos no Rio, e os mais também entrados na mesma revolução, e mais não disse. E perguntado pelo referimento que nele fez a testemunha Teotônio Maurício de Miranda Ribeiro, que todo lhe foi lido, disse que a tempo que foi preso o Vigário de São José, Carlos Correia de Toledo, encontrando-se no caminho e, entretanto o Tenente Antônio José Dias se adiantou a ordenar as mais de que ia encarregado, o deixou a ele testemunha no campo, de guarda ao dito preso; e, neste meio tempo, lhe disse aquele Vigário que logo que soube das prisões do Coronel Joaquim Silvério e Alferes Joaquim José, presumiu logo que lhe havia de suceder o mesmo, acrescentando que aqueles dois deviam ser esquartejados, porém nunca lhe disse a causa. E ponderando-lhe ele, testemunha, que aquelas prisões tinham sido mandadas praticar pelo Senhor Vice-Rei, por motivo de umas bulhas, nada o mesmo Vigário lhe respondeu, e ficou mascando as palavras; donde ele testemunha veio a coligir que ele entendia ser outra a causa deste procedimento. E passados três dias de viagem, em uma tarde, tendo chegado a pouso, ele testemunha, vendo-o muito triste, lhe perguntou o que tinha, ao que lhe respondeu com grande admiração: "Pois não hei de estar triste? Se aquele maroto do Joaquim Silvério, indo à minha casa, se fechou em um quarto com meu irmão Luís Vaz dizendo-lhe que estava perdido e não tinha com que pagar à Real Fazenda, e que eles se podiam levantar com esta terra", dizendo-lhe mais: "que fosse ele para São Paulo fazer gente, que ele assistiria com dinheiro?" E perguntando-lhe ele testemunha: "E Vossa Mercê, que fez neste caso?" lhe respondeu que, entrando pela porta adentro com uma imagem de um Santo Cristo na mão, lhe pediu que o não deitasse a perder; a que o dito Joaquim Silvério respondeu que se não falasse mais nisso; porém, que ele tinha dito ao mencionado seu irmão que o fosse denunciar ao Coronel Francisco Antônio de Oliveira; e isto foi quanto se passou naquela ocasião. E mais não disse, nem aos costumes; e lido o seu juramento, o assinou com o dito Ministro, e eu, o Bacharel José Caetano César Manitti, o escrevi.

Saldanha   -   João Rodrigues Monteiro


Autos de Devassa da Inconfidência Mineira. 
Editado pela Câmara dos Deputados, juntamente com a Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais.
Belo Horizonte  /  Brasília.
1976. 

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

VILA VELHA I



VILA VELHA ENFIM


VINHETAS


A LISTA


Humberto de Alencar Castello BRANCO  (1897  -  1967).

Arthur da Costa e SILVA  (1899  -  1969).

Aurélio de Lyra TAVARES  (1905  -  1998).

Augusto Hamann Rademaker Grunewald  (1905  -  1985).

Márcio de Souza e Mello  (1906  -  1981).

Emilio Garrastazú MEDICI  (1905  -  1985).

Ernesto Beckmann GEISEL  (1907  -  1996).

João Baptista de Oliveira FIGUEIREDO  (1918  -  1999).

Adhemar de QUEIRÓS  (1899  -  1984).


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

ITAIPAVA


VITÓRIA


VILA VELHA


2009


OS NOVOS INCONFIDENTES


DEMISSÃO

Octavio Dutra
Octávio Gomes
Octavio Penisado Coelho
Odair Santos
Oduvaldo Vianna
Olavo Ferreira Passos
Olavo José de Figueiredo Monteiro
Olympio Marques dos Santos
Olympio Segui da Cunha
Onofre Pinto
Ony Braga Carvalho
Onyer Porto Alegre Almeida
Orandina Ayres Sebastião
Orestes Barros de Sá
Oriovaldo Carvalho Maciel
Orlandi Sampaio de Avila
Orlando Amazonas de Souza Pedroso
Orlando Cosso
Orlando de Saboya Barros
Orlando dos Anjos Silva
Orlando Gomes de Cristo
Orlando Hancini
Orlando Horta da Costa
Orlando Silva
Ormino Rodrigues Vidigal Neto
Oscar Cruz
Oscar Ferreira de Oliveira Filho
Oscar Mercês
Osmar de Oliveira Rodello Filho
Osmar Nascimento
Osmar Pereira de Barros
Osmar Pinto de Mendonça
Osmar Preussler
Osmar Ramos de Oliveira
Osmundo Bezerra Duarte
Osório Miranda Ferreira
Oswaldo Antunes Chaves de Rezende
Oswaldo Ayres Fernandes
Oswaldo Callai
Oswaldo Cavalcanti Vida
Oswaldo de Castro Rebelo
Oswaldo de Nazareth Colares
Oswaldo de Oliveira Borges
Oswaldo de Souza
Oswaldo dos Santos
Oswaldo Fantini
Oswaldo Hebster de Gusmão
Oswaldo Macedo Rodrigues
Oswaldo Maciel
Oswaldo Monteiro James
Oswaldo Pizzocaro
Oswaldo Prendes
Oswaldo Reiner de Souza
Oswaldo Rodrigues Monção
Oswaldo Siqueira de Almeida


Publicação da Câmara dos Deputados
em homenagem às vítimas do golpe
ianque-eclesio-udeno-empresarial-militar
de 1º de abril de 1964.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

3008


ÁLBUM I


ÁLBUM II


ÁLBUM III


OS INCONFIDENTES


TESTEMUNHA 28ª, CONTINUAÇÃO

Conversando mais nesta matéri com o Tenente-Coronel Manoel Teixeira de Queiroga, este disse a ele, testemunha, que as referidas prisões tinham mais ponderoso objeto, contando-lhe que lhe tinham segurado que o Alferes Joaquim José da Silva, por alcunha o Tiradentes, quando foi para o Rio de Janeiro, tomou a sua conta ir semeando alguns discursos suasórios das conveniências deste país, que podia muito bem ser livre e independente, alargando-se e convidando algumas pessoas, a quem persuadia dos seus intentos, e a quem se encaminhavam aqueles discursos. E como ele, testemunha, ainda assim duvidasse do que ouvira ao dito Tenente-Coronel, conversando também com o Quartel-Mestre do Regimento Pago, Manoel Antônio de Magalhães, este lhe disse haverem-lhe segurado que o Furriel João Rodrigues Monteiro contara que, quando foi com o Tenente Antônio José Dias (Antônio José Dias Coelho. Foi antes cobrador militar de Fanfarrão Minésio na Comarca do Rio das Mortes. Em 1787 teve um filho de D. Maria Inácia Policena, cunhada de Alvarenga Peixoto, o qual foi exposto à porta de Francisco Antônio de Oliveira Lopes e sua mulher, D. Hipólita Teixeira de Carvalho, que o criaram e dos quais foi herdeiro, sendo reconhecido pelo pai em testamento (1826)) a prender ao Rio das Mortes o Vigário de São José e o Coronel Alvagenga e outros (o Dr. João de Araújo e Oliveira, consoante ordem do Visconde de Barbacena). Devia igualmente ser preso e levado para o Rio Luís Vaz de Toledo, que conseguiu fugir, vindo depois apresentar-se à prisãao, sendo encaminhado para Vila Rica pelo Sargento-Mor Joaquim Pedro de Sousa da Câmara), havendo-se encontrado com o dito Vigário em caminho e sendo preso pelo dito Tenente, entretanto que esta passou adiante, ficou o mesmo Furriel de guarda ao dito Vigário, o qual disse que bem sabia a causa da sua prisão. E perguntando-lhe o Furriel qual era, lhe respondeu que frigissem ou açoitassem a seu irmão, e outro tanto ao Coronel Joaquim Silvério, porquanto induzindo este ao dito seu irmão, e sabendo ele Vigário para que fim, se lhe deitara aos pés pedindo-lhe que, pelo amor de Deus se fosse logo e logo delatar ao seu Coronel. E tornando-lhe aquele Furriel que se isso assim se passou, por que razão ele, Vigário, não fez que o dito seu irmão o viesse delatar a Sua Excelência? lhe respondeu o mesmo que se persuadira que naquela forma havia satisfeito a sua obrigação. Além disto, tem ele testemunha ouvido dizer, já depois daquelas prisões, que eles intentavam que morresse todo o filho da Europa que tivesse menos de sessenta anos, e outras extravagâncias dessa natureza; porém não tem ouvido especificar que entrassem na confederação alguns outros além dos que se acham presos, e a quem ele testemunha refere o mencionado procedimento. E mais não disse, nem dos costumes, e assinou com o dito Ministro, e eu, o Bacharel José Caetano Manitti, Escrivão nomeado, o escrevi.


Saldanha  -  Teotônio Maurício de Miranda Ribeiro


Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
volume I
Câmara dos Deputados  /  Governo do Estado de Minas Gerais
Brasília  /  Belo Horizonte
1976  

domingo, 23 de novembro de 2014

ÁLBUM VI


ÁLBUM VII


ÁLBUM VIII


ÁLBUM X


OS INCONFIDENTES


TESTEMUNHA 28ª

Teotônio Maurício de Miranda, Sargento-Mor do Primeiro Regimento de Cavalaria Auxiliar desta Capital, natural da Vila de Olivença, Comarca e Bispado de Elvas, morador nesta mesma Vila, que vive de seu ofício  de Tesoureiro das Despesas Miúdas da Fazenda Real, de idade de quarenta e cinco anos, testemunha a quem o dito Ministro deferiu o juramento dos Santos Evangelhos em um livro deles  em que pôs sua mão direita, sob cargo do qual lhe encarregou que jurasse a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, o que assim prometeu cumprir como lhe estava ordenado.

E perguntado ele testemunha pelo conteúdo no Auto desta Devassa, que todo lhe foi lido, disse que depois de se fazerem nesta Vila as prisões do Desembargador Gonzaga e do Coronel Domingos de Abreu, pensou ele Testemunha serem por diamantes. Com a notícia de se haverem preso também, no Rio das Mortes, o Vigário de São José, Carlos Correia de Toledo, e outros, mudou de parecer, assentando que era efeito da Devassa a que tinha procedido nesta Capitania o Desembargador Antônio Dinis da Cruz (Antônio Diniz da Cruz e Silva (n. Lisboa, 1731; falecido Rio, 1799) foi magistrado e poeta, sendo um dos fundadores da Arcádia Lusitana (1756). Nomeado Desembargador da Relação do Rio de Janeiro (1775), tomou posse em 30/01/1777. Em 1770, quando auditor em Elvas, compôs a sátira O Hissope. Em 1778 foi juiz privativo na questão de Alvarenga Peixoto contra o espólio de seu tio e tutor, Manuel da Silva Braga, tendo passado dois meses em São João del Rei. Voltou a Minas como juiz sindicante dos casos relativos ao Intendente dos Diamantes J. A. Meireles Freire e ao Ouvidor do Serro, Joaquim Manuel de Seixas Abranches (chegou a Vila Rica, de passagem para o Serro e Tejuco, a ll/08/1785; passou de regresso  em 04/09/1786). Promovido à Relação do Porto, partiu para Portugal em 1788. Promovido à Casa de Suplicação e nomeado para compor a Alçada que julgaria os Inconfidentes de Minas, voltou ao Rio (24/12/1790). Chanceler da Relação do Rio desde 1793 ate à data do falecimento).


Autos de Devassa da Inconfidência Mineira  I
Publicados pela Câmara dos Deputados e pelo
Governo do Estado de Minas Gerais.
Brasília. Belo Horizonte. 1976.


ÃLBUM XI


ANIVERSÁRIO ÉDER 2014


ANIVERSÁRIO ÉDER 2012


ANO NOVO 2013


terça-feira, 11 de novembro de 2014

ATRIZES


BALAIO DE GATOS


BELO HORIZONTE 2010


BELO HORIZONTE I


MINAS GERAIS

OURO PRETO


Porteiro
Francisco José Barbosa, rua da Barra

Continuos
Raymundo Fernandes Monteiro, rua da Barra
Luiz Nicoláo Godinho, rua Direita de Antonio Dias

Serventes
Florencio Fernandes de Jesus, rua Detraz.
Marcellino Rodrigues Chaves, rua das Dôres


CONTENCIOSO DA FAZENDA

Juiz dos Feitos
Dr. Quintiliano José da Silva, rua do Rosario


Procurador-fiscal da fazenda
Dr. Jeronymo Maximo Nogueira Penido, rua do Rosario


Dito da Fazenda Provincial
Dr. Camillo da Cunha Figueiredo, rua do Ouvidor

Escrivão dos feitos da Fazenda Geral
Gabriel Gomes Pinheiro, Agua Limpa


Dito dito da Fazenda Provincial
Francisco de Paula Malaquias, rua dos Paulistas


Solicitador da Fazenda Geral
Francisco Xavier de Moura Leitão, Cavalleiro de Christo, Jardim Botanico


Dito da Provincial
Fausto Augusto de Almeida Ozorio


Meirinhos da Provincial
Joaquim Cassiano Monteiro, rua do Cocheri
Ovidio Saraiva Fidelis, rua do Padre Faria


MESA DAS RENDAS PROVINCIAES

Inspector
Carlos José Alvares Antunes , Official da Rosa, rua dos Cantos

Contador
Valeriano Manso Ribeiro de Carvalho, rua Direita em Antonio Dias


Almanaque Mineiro
editado em Ouro Preto, em 1864
reproduzido na ortografia da época

sábado, 1 de novembro de 2014

BELO HORIZONTE II


BELO HORIZONTE III


BELO HORIZONTE 2010


BHJFPETRÓPOLIS


OS NOVOS INCONFIDENTES


DEMISSÃO

Neldo Menezes de Souza
Nélio Arzua dos Santos
Nelon Woehlert
Nelson Antônio de Oliveira
Nelson Barboza
Nelson Canton
Nelson de Oliveira Calmon
Nelson de Souza
Nelson de Souza Campos
Nelson Faria da Silva
Nelson Filgueiras Simões
Nelson Floduardo da Motta
Nelson Gomes Nogueira
Nelson Rocha Wendling
Nelson Serranone
Nelson Soares Pires
Nelson Souza
Neuza Therezinha da Silva Loth
Nevicton Gonçalves Fagundes
Névio dos Santos Marcondes
Newton Aires de Alencar
Newton Calhau
Newton Correa Lopes
Newton Loyola Cunninghan
Newton Marin da Matta
Newton Moura
Newton Raulino de Souza
Ney Antonio de Oliveira
Ney Moura Calixto
Nezio Jacques Pereira
Nias Fernandes
Nicodemos Alves Machado
Nicola Rafael Basile
Nicolau Jacobucci
Nikodem Edler
Nilo Mitanda Barcellos
Nilson Alves de Almeida
Nilson Coutinho
Nilson Duarte
Nilson Ferreira da Silva
Nilson Francisco de Lira
Nilson Nobre de Almeida
Nilson Santana
Nilton de Souza
Nilton Edson dos Santos
Nilton Ferreira de Araujo
Nilton Medeiros
Nilton Pedro da Silva
Nilton Rodrigues Veleda
Nivaldo Almeida Fonseca
Norberto José Commodo
Norma Conatti
Nylander Romildo Perreaut de Laforet
Nymrod Jansen Pereira
Oberaci Reginaldo Gil
Obirajara Bastos
Octacilio Lupi
Octaviano Antonio de Santana
Octavio Baptista de Medeiros


Publicação da Câmara dos Deputados
em homenagem às vítimas do golpe
ianque-udeno-eclesio-empresarial-militar
de 01/04/1964. 



quinta-feira, 23 de outubro de 2014

OS INCONFIDENTES



Domingos Vidal de Barbosa (Domingos Vidal de Barbosa Laje. Nascido em 1761, em Santo Antônio do Juiz de Fora, filho do Capitão Antônio Vidal e de Tereza Maria de Jesus. Formou-se em Medicina em Bordéus. Apesar de sua participação na conspiração ter sido bastante discreta, foi condenado a degredo para o Arquipélago do Cabo Verde, tendo falecido na Ilha de São Tiago, Convento de São Francisco da Cidade, Ribeira Grande, em princípios de setembro de 1793. Era poeta e escreveu: "Ode a Afonso de Albuquerque" e "Ode a Luís de Vasconcelos". Domingos Vidal matriculou-se na Universidade de Montpellier a 7/12/1785 e se transferiu para a Faculdade de Medicina de Bordéus em maio de 1787, onde em 1788 fez seus atos finais e diplomou-se. Antes de partir para a Europa (não aparece matriculado na Universidade de Coimbra), fez preparatórios no Rio de Janeiro com Manuel Inácio da Silva Alvarenga; este, já professor-régio de Retórica desde 1782 (agosto), foi fundador da Sociedade Literária do Rio de Janeiro (6/6/1786) e já era sócio-correspondente da Academia Real das Ciências  de Lisboa desde sua fundação (1779), graduado em Medicina em Bordéus, natural da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, do Caminho do Rio de Janeiro, morador  na fazenda do Juiz de Fora no mesmo Caminho, que vive de agricultura, de idade de vinte e oito anos, testemunha a quem o dito Ministro deferiu o juramento dos Santos Evangelhos em um livro deles, em que pôs sua mão direita, sob cargo do qual lhe encarregou  que com boa e sã consciência jurasse a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado e, aceito por ele o dito juramento, assim o prometeu fazer como lhe era determinado.

E perguntado ele, testemunha, pelo conteúdo no Ato desta Devassa, que todo lhe foi lido disse que achando-se hóspede em casa de seu primo, o Coronel de Auxiliares Francisco Antônio de Oliveira Lopes, que assiste na ponta do Morro, Freguesia de São José, indo com o dito em certa ocasião ver um serviço mineral, lhe entrou o dito Coronel a dizer que esta país era muito feliz por ter todas as comodidades para a vida, e quanto não seria delicioso se fosse livre; perguntando-lhe então, como se chamavam os que tinham feito a revolução na América Inglesa, ao que ele, testemunha, respondeu que um deles tinha sido Monsieur Franklin, lembrando-se então de uma extravagância que havia sucedido em Montpellier, quando ele, testemunha, ali estava, a um seu condiscípulo por nome José Joaquim da Maia (José Joaquim da Maia e Barbalho graduou-se em Medicina em Montpellier e 10/05/1787, com a tese Febre Erisipelatosa. No volume 8 desta edição publica-se a correspondência trocada entre ele e o Ministro Americano na França, Thomas Jefferson, em 1786 e 1787. Seu contemporâneo José Mariano Leal da Câmara Rangel de Gusmão defendeu tese no ano de 1790, também na Faculdade de Medicina de Montpellier. José Mariano Leal nela se matriculou  em 7/12/1785, ao mesmo tempo que Domingos Vidal, terminando o curso médico em 21/8/1790. Ambos eram mais atrasados que José Joaquim da Maia, tendo este cursado previamente a Universidade de Coimbra (matrícula inicial em 31/10/1783), da qual se transferiu para Montpellier. Em Coimbra foi contemporâneo de José Álvares Maciel. José Joaquim da Maia deve ter nascido no Rio em aproximadamente 1752, sendo filho do empreiteiro José de Maia e Brito, estabelecido à Rua da Ajuda, cujo correspondente no Porto, Caria Neto, se encarregava de dar-lhe uma pensão anual de 120$000, quantia bastante apreciável para um estudante na época.), o qual se lhe meteu na cabeça que havia de ser o libertador de sua terra, sendo natural da Cidade do Rio de Janeiro; e fingindo-se enviado de sua nação, se atreveu a falar ao Ministro da América Inglesa que, observando a sua proposição e ridícula figura, totalmente o desprezou, o que tudo ele, testemunha, já miúda e exatamente depôs em outro juramento que já prestou neste assunto. Depois disto, passados alguns dias, lhe tornou o dito Coronel a fazer alguns discursos soltos sobre a vantagem deste país ser defendido pela natureza, referindo-lhe então que tinha que contar-lhe certa coisa, e principiando desta maneira: "Que José Álvares Maciel, filho do Capitão-Mor desta Vila, tinha feito conhecer aos deste país, que nele havia com que se fizesse pólvora; que havia ferro e, enfim, tudo quanto era necessário para que o Brasil se fosse independente; e que ele, dito José Álvares, tinha dado palavra de aprontar tudo quanto vinha de fora, à vista que que não faltaria nada; que o Doutor Cláudio, o Cônego Luís Vieira, e o Desembargador Gonzaga tinham já feito as leis para se governarem, nas quais se ordenava que todo o homem plebeu poderia vestir cetins, que os diamantes seriam francos, que os dízimos os perceberiam os Vigários com condição de sustentarem uns tantos mestres, hospitais, e outros estabelecimentos pios; que aquele que mais se distinguisse na primeira ação, seria o premiado, e que a nação que primeiros os socorresse durante a guerra, essa teria mais vantagem nos seus portos.

Que o Coronel Alvarenga dava duzentos homens; que um de Minas Novas dava outros duzentos (Pe. José da Silva e Oliveira Rolim, cujo irmão Alberto era fazendeiro em Minas Novas); e que um Abreu (Domingos de Abreu Vieira), e que ele dito Coronel dava cinqüenta; e que um Abreu (Domingos de Abreu Vieira), contratador dos dízimos, dava a pólvora; e que o sinal para o dia do levante  era "Tal dia é do meu batizado"; que viriam todos de sobrecasacas, ou sobretudos, para melhor ocultarem as armas. Acrescentou mais, o dito Coronel, que o Cônego Luís Vieira tinha feito um plano para por ele proverem a segurança deste país, e outro igual para por ele se regerem, dizendo que este continente, a natureza o tinha feito defensável por si mesmo e que a entrada da banda do Rio de Janeiro, bastava guarnecê-la de diversas emboscadas de sorte que qualquer tropa, que subisse do sertão, se desbaratava, e os que escapassem da primeira, não escapariam da segunda. Que era preciso buscar ocasião em que todo o povo estivesse descontente, e que agora a havia excelente porque estava para se lançar a derrama; que o Senhor Martinho de Melo tinha escrito uma carta ao Desembargador Intendente  dizendo-lhe que devia ser riscado do serviço por não ter requerido a derrama, e que o Desembargador Gonzaga lhe tinha sugerido um requerimento muito forte para na Junta promover a derrama; que não tinham que recear-se de nação alguma, pois que todas desejavam o Brasil independente para virem negociar. Que os americanos ingleses em umas praias lavadas, não tendo outras minas mais que um pouco de peixe seco, algum trigo e poucas fábricas, tinham sustentado uma guerra tão grande, vendo-se obrigados a retirarem-se para os montes. Que tinham assentado que as emboscadas , para impedirem a entrada da parte do caminho do Rio de Janeiro, fossem compostas de homens pardos, costumados a andar no mato. Que também tinham assentado que o Alferes Joaquim José fosse à Cachoeira e matasse o Excelentíssimo Senhor General; e que, trazendo a cabeça, a havia de mostrar ao povo, subindo a um lugar alto e dizendo: "Este era quem nos governava; de hoje em diante viva a República." E que logo subiria um (Tte.-Cel. Francisco de Paula Freire de Andrada a fazer uma oração ao povo, anunciando-lhe a futura felicidade e que matariam também o Ajudante de Ordens Antônio Xavier de Resende, o Sargento-Mor do Regimento Pago (Pedro Afonso Galvão de São Martinho, tio afim do Dr José Álvares Maciel e conseqüentemente da irmã casada com o Ten..-Cel. Francisco de Paula); havendo porém dúvida se fariam, ou não, o mesmo ao Coronel Carlos José da Silva. E dizendo um dos confederados que não precisava ser morto o Sargento-Mor, acudiu José Álvares Maciel que assim se fazia preciso, porque os soldados o respeitavam mais que ao Tenente-Coronel. Finalmente, que se devia esperar ocasião em que fosse o quinto para baixo, a fim de se tomar e haver dinheiro para se pagarem os soldos; acrescentando mais que na cidade do Rio de Janeiro havia cinco ou sete negociantes que queriam que a revolução principiasse por lá; e que de Minas se lhes tinha mandado dizer que essa glória a queriam cá para si, tendo assentado que, tanto que se fizesse a revolução em Minas, se lhes escreveria uma carta dizendo que, se queriam ser pagos de tudo quanto estas lhes deviam, executassem lá o mesmo; e que então lhes mandariam socorro; e que, quando viesse grande poder, lhes mandassem embaixador a fim de se retirarem, e, quando o não fizessem, usariam de balas ardentes como tinham feito os ingleses em Gibraltar. Declara mais ele, testemunha, que pouco tempo depois de ter ouvido da boca do dito seu primo, referido Coronel, quanto tem referido, indo ele, testemunha, em certa ocasião para o Arraial dos Prados assistir como padrinho ao batismo de um filho de um fulano de Matos, o foi encontrar ao caminho um estudante, seu condiscípulo (José de Resende Costa (filho) fora igualmente aluno de Manuel Inácio da Silva Alvarenga, no Rio de Janeiro.), chamado José de Resende Costa, filho de outro do mesmo nome. E, entrando em conversação, lhe veio finalmente a dizer que já talvez não fosse a Coimbra por certa circunstância. E, perguntando-lhe ele testemunha a causa, disse-lhe que era porque o Brasil se fazia breve uma República. E pedindo ele, testemunha, que se explicasse, porque já tinha ouvido tocar em semelhante matéria, porém o sujeito não acreditava, lhe respondeu o dito Resende que dissesse ele, testemunha, o que sabia, que ele acrescentaria o resto. Pelo que, principiando ele testemunha a relatar-lhe alguns dos passos acima referidos, o dito Resende lhe continuou outros, percebendo daqui, ele testemunha, que o que o referido estudante sabia era pouco mais ou menos o mesmo, e só de mais acrescentou que, em um banquete ou batizado, o irmão do Vigário de São José (Padre Carlos Correia de Toledo), que é Sargento-Mor (Luís Vaz de Toledo Piza), tinha feito uma saúde ao Cel. Joaquim Silvério, dizendo que breve ficaria livre da Fazenda Real, e que o mesmo Sargento-Mor se havia de armar General para ir tomar São Paulo; o que tudo tinha ouvido o dito estudante da boca de seu pai, a quem o tinha contado o mesmo Vigário de São José. E mais não disse; e aos costumes declarou ser primo do Coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes; e assinou com o dito Ministro, lido o juramento, e eu, o Bacharel José Caetano César Manitti, Escrivão nomeado, o escrevi.

Saldanha  -  Domingos Vidal de Barbosa


Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
volume 1
Câmara dos Deputados  / Governo do Estado de Minas Gerais
Brasília. Belo Horizonte.1976.



quarta-feira, 22 de outubro de 2014

CABO FRIO 2009 I


CABO FRIO 2009 II


CABO FRIO 2009 II


CABO FRIO / ARRAIAL DO CABO


ALMANAQUE MINEIRO


THESOURARIA DA FAZENDA



Inspector



José Innocencio Pereira da Costa, Cavalleiro da Rosa, rua Direita.



Contadoria



João José Ribeiro Bhering, Cavalleiro da Rosa, rua do Sacramento.



Chefes de secção da contadoria



Manoel José de Oliveira, rua do Macedo.



Manoel Olintho da Rocha Telles, rua das Cabeças.



Antonio Innocencio Monteiro, rua do Macedo.



Primeiros escripturarios



Francisco de Paula Souza, Alto da Cruz.



Bento José Martins de Menezes, rua do Rosario.



Francisco de Paula Alves Branco, rua do Giló.



José Fernando de Souza, Alto da Cruz.



Manoel Pinheiro de Ulhoa Cintra, rua da Barra.



Segundos escripturarios



Francisco de Assis Ferreira, rua Direita.



Joaquim Ferreira do Araujo, Fundo do Ouro-Preto.



Joaquim Osorio Teixeira, Chacara do Mello.



Antonio Henrique Pereira Rosa, rua do Sacramento.



Antonio Pereira de Faria, Alto da Cruz.



Terceiros escripturarios



Eugenio Ribeiro dos Santos Monteiro, ladeira do Vira-Saia.



Francisco Ferreira da Silva, rua do Giló.



Carlos Calisto Andrade, rua Nova.



Francisco Luiz da Costa Sardinha, rua de Traz.



Elisiario Augusto da Rocha Telles, rua das Cabeças.



Archanjo Leão de Abrantes, , rua do Ouvidor.



Praticantes



Luiz Ernesto de Oliveira, rua Direita.



Carlos José dos Santos, rua de Cima.



Francisco Roberto Velasco, rua Direita de Antonio Dias.



Secretaria



Official-Maior



José Pereira Ribeiro, rua de S. Francisco de Assis.



Officiaes



Antonio Pinheiro de Ulhoa Cintra,  Ponte de Antonio Dias.



Lucas Antonio Ribeiro Bhering, rua das Cabeças.



Amanuenses



João Cancio Moreira da Silva, rua da Barra.



Santos Augusto da Silva, rua do Rosario.



Thesoureiro



Coronel Francisco de Paula Ferreira da Silva, Cavalleiro da Rosa, largo da Alegria.



Fiel



José Pereira Coelho, rua do Rosario.



Cartorario



Lucio Moreira da Silveira, rua da Barra.




Almanaque Mineiro do Século XIX

editado em Ouro Preto, em 1864
(respeitada a ortografia da época)