domingo, 23 de novembro de 2014

OS INCONFIDENTES


TESTEMUNHA 28ª

Teotônio Maurício de Miranda, Sargento-Mor do Primeiro Regimento de Cavalaria Auxiliar desta Capital, natural da Vila de Olivença, Comarca e Bispado de Elvas, morador nesta mesma Vila, que vive de seu ofício  de Tesoureiro das Despesas Miúdas da Fazenda Real, de idade de quarenta e cinco anos, testemunha a quem o dito Ministro deferiu o juramento dos Santos Evangelhos em um livro deles  em que pôs sua mão direita, sob cargo do qual lhe encarregou que jurasse a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, o que assim prometeu cumprir como lhe estava ordenado.

E perguntado ele testemunha pelo conteúdo no Auto desta Devassa, que todo lhe foi lido, disse que depois de se fazerem nesta Vila as prisões do Desembargador Gonzaga e do Coronel Domingos de Abreu, pensou ele Testemunha serem por diamantes. Com a notícia de se haverem preso também, no Rio das Mortes, o Vigário de São José, Carlos Correia de Toledo, e outros, mudou de parecer, assentando que era efeito da Devassa a que tinha procedido nesta Capitania o Desembargador Antônio Dinis da Cruz (Antônio Diniz da Cruz e Silva (n. Lisboa, 1731; falecido Rio, 1799) foi magistrado e poeta, sendo um dos fundadores da Arcádia Lusitana (1756). Nomeado Desembargador da Relação do Rio de Janeiro (1775), tomou posse em 30/01/1777. Em 1770, quando auditor em Elvas, compôs a sátira O Hissope. Em 1778 foi juiz privativo na questão de Alvarenga Peixoto contra o espólio de seu tio e tutor, Manuel da Silva Braga, tendo passado dois meses em São João del Rei. Voltou a Minas como juiz sindicante dos casos relativos ao Intendente dos Diamantes J. A. Meireles Freire e ao Ouvidor do Serro, Joaquim Manuel de Seixas Abranches (chegou a Vila Rica, de passagem para o Serro e Tejuco, a ll/08/1785; passou de regresso  em 04/09/1786). Promovido à Relação do Porto, partiu para Portugal em 1788. Promovido à Casa de Suplicação e nomeado para compor a Alçada que julgaria os Inconfidentes de Minas, voltou ao Rio (24/12/1790). Chanceler da Relação do Rio desde 1793 ate à data do falecimento).


Autos de Devassa da Inconfidência Mineira  I
Publicados pela Câmara dos Deputados e pelo
Governo do Estado de Minas Gerais.
Brasília. Belo Horizonte. 1976.