sábado, 2 de novembro de 2013

A BÍBLIA SAGRADA

Observo ainda as opressões todas que se cometem debaixo do sol:

aí estão as lágrimas dos oprimidos, e não há quem os console;
a força do lado dos opressores, e não há quem os console.

Então eu felicito os mortos que já morreram, mais que os vivos que ainda vivem.

E mais feliz que ambos é aquele que ainda não nasceu, que não vê a maldade que se comete debaixo do sol.

Observo também que todo trabalho e todo êxito se realiza porque há uma competição entre companheiros. Isso também é vaidade e correr atrás do vento.

O insensato cruza os braços
e vai se consumindo.
Mais vale um bocado de lazer
do que dois bocados de trabalho,
correndo atrás do vento.

Observo ainda outra vaidade debaixo do sol: alguém sozinho, sem companheiro, sem filho ou irmão; todo o seu trabalho não tem fim, e seus olhos não se saciam de riquezas: “Para quem trabalho e me privo de felicidade?”

Isso também é vaidade e trabalho penoso.

Mais vale dois que um só, porque terão proveito do seu trabalho. Porque se caem, um levanta o outro; quem está sozinho, se cai, não tem ninguém para levantá-lo. Se eles se deitam juntos, podem se aquecer; mas alguém sozinho como vai se aquecer?

Alguém sozinho é derrotado, dois conseguem resistir, e a corda tripla não se rompe facilmente.

Mais vale um jovem pobre e sábio
do que um rei velho e insensato
que não aceita mais conselho.

Mesmo que ele tenha saído da prisão para reinar
e mesmo que tenha nascido mendigo para exercer sua realeza,

vejo todos os viventes que se movem debaixo do sol ficarem com o jovem, o usurpador, e ele permanece frente a uma multidão sem fim.

Porém aqueles que vêm depois não se alegrarão com ele, porque isso também é vaidade e procura do vento.

Cuida de teus passos quando vais à Casa de Deus: aproximar-se para ouvir vale mais que o sacrifício oferecido pelos insensatos, mas eles não sabem que fazem o mal.



Ecl 4, 1-17