POEMA
Pára
todos os relógios,
O
telefone desliga,
Com
um osso suculento
Ao
silêncio o cão obriga.
Emudecendo
os pianos,
Com
um tambor abafado
Vai
exibir o caixão
A
quem chegar enlutado.
Deixa
os aviões em ronda
Chorar
o seu desconforto,
Rabiscando
contra o céu
O
recado: Ele Está Morto.
Vai
pôr gravatas de crepe
Nas
alvas pombas do chão.
Usem
os guardas de trânsito
Luvas
pretas de algodão.
Era
meu Leste e Oeste,
Era
meu Norte e meu Sul,
Os
meus dias de trabalho,
E
era o meu domingo azul,
Meio-dia,
meia-noite,
Minha
canção no desterro,
Pensei
que amor fosse eterno
Mas
este foi o meu erro.
Não
quero mais as estrelas,
Apaga
uma por uma:
Pode
derrubar o sol,
Dizer
à lua que suma;
Vai
secar o oceano,
Arrasar
a mataria:
Nada
que agora viesse
Algo
de bom conteria.
W.
H. Auden