No supreminho brasileiro é assim: para os pobres, o cacete,
a cadeia, a tortura. Para os poderosos, a marmelada, como sobremesa da pizza.
Pizzaiolos, nunca prenderam um chapa branca realmente
poderoso. Quanto aos pobres, nem lá chegam, pois não têm dinheiro para tanto.
Passei uma vida inteira tendo causas que poderia levantar contra os que me
injuriavam e perseguiam (e como tive...). Como sempre fui autêntico, apesar dos
meus pecados, fui perseguido e injuriado toda a minha vida. Mas nunca tive
dinheiro para contratar um advogado. Defensoria Pública? É para quem ganha
salário mínimo, e não passa dos juizados de conciliação, para não dar
trabalho... Eu ganhava mais, mas não tinha dinheiro para sustentar a máfia de
preto. Um, para quem levei uma causa tão justa que depois foi acatada
espontaneamente pelo governo federal, me disse que, para cruzar a porta de seu
gabinete, eu teria que pagar R$ 3.000,00, para custear o escritório. Eu deveria
dizer: ele teve a cara-de-pau de afirmar uma coisa destas.
O supreminho é mesmo impagável. Até bancada do petê ele tem!
O polonês, o guarda nazista, o cara-de-aluno-mais-atrasado do fundo da sala, o
engraçadinho que argumenta contra os réus, mas depois vota a favor, jogando por
terra um trabalho de que não participou, a gaúcha que aprendeu lá nos pampas a
arte de se camuflar. Este é o nosso supreminho, impagável.