terça-feira, 24 de setembro de 2013

O SUPREMINHO

No supreminho brasileiro é assim: para os pobres, o cacete, a cadeia, a tortura. Para os poderosos, a marmelada, como sobremesa da pizza.

Pizzaiolos, nunca prenderam um chapa branca realmente poderoso. Quanto aos pobres, nem lá chegam, pois não têm dinheiro para tanto. Passei uma vida inteira tendo causas que poderia levantar contra os que me injuriavam e perseguiam (e como tive...). Como sempre fui autêntico, apesar dos meus pecados, fui perseguido e injuriado toda a minha vida. Mas nunca tive dinheiro para contratar um advogado. Defensoria Pública? É para quem ganha salário mínimo, e não passa dos juizados de conciliação, para não dar trabalho... Eu ganhava mais, mas não tinha dinheiro para sustentar a máfia de preto. Um, para quem levei uma causa tão justa que depois foi acatada espontaneamente pelo governo federal, me disse que, para cruzar a porta de seu gabinete, eu teria que pagar R$ 3.000,00, para custear o escritório. Eu deveria dizer: ele teve a cara-de-pau de afirmar uma coisa destas.


O supreminho é mesmo impagável. Até bancada do petê ele tem! O polonês, o guarda nazista, o cara-de-aluno-mais-atrasado do fundo da sala, o engraçadinho que argumenta contra os réus, mas depois vota a favor, jogando por terra um trabalho de que não participou, a gaúcha que aprendeu lá nos pampas a arte de se camuflar. Este é o nosso supreminho, impagável.