CANTO
DESESPERADO
A
flecha, o fogo, a armadilha, a seara
e
o centauro pastando violetas.
a
lava passa e o cântico rubro
destrói
a lira que atrelou o bando
de
javalis que, galgos, vão voando
na
selva incandescente que defronto.
e
o rio vai, volumoso, e suplementa
o
mundo de cimento e de armadilhas,
a
usura, a pedra dura e o sangue meu.
na
ara, entretanto, do exterminador
verdes
corcéis fumegam mansamente.
1958
Suplemento
Cultural de O Diário
Ilustração
de Yara Tupinambá.