Da história para a economia, as relações eram marcadas
pelo clássico British Preëminence in
Brazil: Its Rise and Decline, de Alan K. Manchester, mais os Ensaios de Política Econômica, de
Orlando M. Carvalho; Problemas de
Administração, de João Pandiá Calógeras; O Problema da Alimentação no Brasil, de Josué de Castro
(1907-1973), e Educação e Latifúndio, tese
de Carlos Lacerda (1914-1977).
Nas letras jurídicas, nacionais e internacionais: O Direito Aplicado, pareceres, decisões
e comentários, de James Portugal Macedo; Tratado
de Direito Internacional Público, de Hildebrando Acióli; A Questão de Letícia, por Lindolfo
Collor, a que podemos juntar, para registro, Julho de 1914, de Emil Ludwig, em tradução de Mário dee Sá, e Brazilian Adventure, de Peter Fleming,
publicado em Nova York.
Pelos Novos
Discursos e Conferências,, de Rui Barbosa, coligidos e revistos por Homero
Pires, chegamos, finalmente, à literatura propriamente dita, que ia da prosa de
Guilherme de Almeida, O Meu Portugal,
a mais um volume de Crítica,de
Humberto de Campos, ao lado dos Vultos da
Literatura Brasileira, de Heitor Moniz; O
Mar através de Baudelaire e Valéry, de Félix Pacheco; Estética dos Sons, Cores, Ritmos e Imagens, de Albino Esteves, e Evolução da Prosa Brasileira, de
Agripino Grieco.
As Conversas ao
Pé do Fogo, de Cornélio Pires, que datavam de 1921, saíram em nova edição,
juntamente com Chorando e Rindo, e De Roupa Nova; no volume de Poesias Humorísticas, Bastos Tigre
incluiu a sua tradução do famoso soneto de Arvers:
Guardo um
segredo n’alma e um mistério na vida,
Imorredouro
amor que irrompeu de momento,
Se o mal é
sem remédio, a queixa é descabida
E a que me
fez o mal, nunca ouviu meu lamento.
Por ela já
passei ― sombra despercebida,
E ao meu lado
a sentir, no meu isolamento!
Ao termo
chegarei dessa terrena lida,
E não ouso
pedir, e receber não tento.
Quanto a ela,
apesar da doçura e carinho
Com que Deus
a dotou, seguirá seu caminho,
Sem ouvir que
a acompanha um murmúrio de amor...
E, fiel ao
seu dever que austeramente zela,
Ela dirá,
lendo os meus versos plenos dela:
― “O soneto
de Arvers tem mais um tradutor!”
A abundância de traduções que vinha assinalando pelos
tempos afora a glória de Arvers só se comparava à abundância com que, nesse ano
pesado de crises e inquietações, continuavam a sair as coletâneas de poesias,
todas no estilo mais tradicional e nem todas, realmente, pertencendo à
literatura: em segunda edição, Casa
Destelhada, de Rodrigues de Abreu; Poemas
de Ontem e de Hoje, de Mário Vilalva; Poemas
em Sonetos, de Pedroso Rodrigues; Festa
de Luz e de Cor, de Dâmaso Rocha;
Wilson Martins
História da Inteligência Brasileira
vol. VII (1933-1960)
Cultrix. Editora da Universidade de São Paulo.
São Paulo, SP. 1ª edição. 1979.