Se
essa estrela de absinto desabar
terei
pena das águas sempre vivas
porque
um torpor virá do céu ao mar
amortecer
o pêndulo das vidas.
Sob
o livor da morte coisas idas
já
são as coisas deste mundo. No ar
as
vozes claras, tristes e exauridas.
Há
sombras ocultando a luz solar.
Galopes
surdos, cascos como goma.
Viscosos
seres, dedos de medusas
contando
silenciosos coisas nulas.
Verdoengo
e mole um ser estranho soma:
Crânios
como algas, vísceras confusas,
massas
embranquecidas de medulas.
Jorge
de Lima
Livro
de Sonetos