POEMA
DE ADALGISA
Deparo
Adalgisa nua
numa
vereda sem fim.
Uma
pergunta demora
na
flor que vem da memória
de
um tempo que já não sei.
Se
é o Sol, redonda Lua,
Você
é Diadorim?
Adalgisa,
Você
é Diadorim?
O
Aquele que suja o olho,
turvação
ou torvelim?
Relâmpago
que, repentino,
meu
sertão, meu estopim,
chicote
que eletriza
relincho
que corta a noite
do
corcel que há em mim?
Madrugada
sertaneja,
São
Francisco e passarim,
estrela
que pinta ao longe
a
infância já morta em mim?
Seria
a luz, o da-Guarda,
turvação
ou Diadorim?
Neblinas
que sobem finas,
janelas
e buritis,
paisagens
e alegrias,
impossíveis
serafins!
Milsombras
— cisco no olho,
comigo
me desavim...
Ai,
sertaneja, corisca,
você
é Diadorim?
1985.