Também
ouviu ele, testemunha, dizer a um ermitão do Sabará, que vinha da cidade de
Mariana, cujo nome lhe não lembra, só sim que vestia hábito pardo e era velho e
filho de Portugal, que naquela cidade se puseram uns pasquins que diziam que
tudo que fosse homem do Reino havia de morrer; e que só ficaria algum velho e
clérigo; e que isto fora posto em nome dos quilombolas; igualmente se lembra ele,
testemunha, que falando por diversas vezes ao Coronel Alvarenga e ao Cônego
Luís Vieira, exagerando-lhes ele, testemunha, a grande política, penetração e a
pureza do Excelentíssimo Senhor Visconde, lhe responderam tanto um como o
outro: “Anda-se ensaiando para embaixador, mas nunca o há de ser”. E sobre
todos estes fatos que relatado tem, se refere ele, testemunha, e inteiramente
se reporta à carta que apresentou ao dito Excelentíssimo Senhor Visconde, e é a
própria que se acha incorporada ao Auto desta Devassa, que lhe foi mostrada e
que reconhece pela idêntica, e a ratifica. Declara mais ele, testemunha, que
achando-se dois dias depois da prisão do Desembargador Gonzaga em casa do
Sargento-Mor José de Vasconcelos Parada e Sousa, onde também se achava o
Capitão José Vicente de Morais Sarmento, e discorrendo-se por que seria aquela
prisão, e também a do Coronel Alvarenga, de que já havia notícia, respondeu o
dito Capitão: “Eu desconfio que seja por alguma revolução, porquanto ouvi dizer
ao Alvarenga, na loja do Capitão Antônio Ferreira da Silva, quando se falava em
que se lançava a derrama, que as Minas não podiam com ela e que, se se
duvidava, que havia um levante.”
E
mais não disse, nem dos costumes; e depois de lhe ser lido este seu juramento e
o achar conforme, o assinou com o dito Ministro; e eu, Bacharel José Caetano
César Manitti, Escrivão nomeado, o escrevi.
Saldanha ― Basílio de Brito Malheiro do
Lago