Na
Samarra, aliás, Manuelzão conduzira o início de tudo, havia quatro anos, desde
quando Federico Freyre gostou do rincão e ali adquiriu seus mil e mil alqueires de terra asselvajada. — “Te
entrego, Manuelzão, isto te deixo em mão, por desbravar!” E enviou o gado.
Manuelzão: sua mão grande. Sua porfia. Pois ele sempre até ali usara um viver
sem pique nem pouso — fazendo outros
sertões, comboiando boiadas, produzindo retiros provisórios, onde por pouquinho
prazo se demorava — sabendo as poeiras do mundo, como se navega. Mas, na
Samarra, ia mas era firmar um estabelecimento maior. Sensato se alegrara.
Mordeu no ser. Arreuniu homens e veio, conforme acostumado.
João
Guimarães Rosa
Corpo
de Baile – 1º volume
José
Olympio. Rio de Janeiro.
1ª
edição. 1956.