MONJA
Ó Lua, Lua triste, amargurada
Fantasma
de brancuras vaporosas,
A
tua nívea luz ciliciada
Faz
murchecer e congelar as rosas.
Nas
floridas searas ondulosas,
Cuja
folhagem brilha fosforeada,
Passam
sombras angélicas, nivosas,
Lua,
Monja da cela constelada.
Filtros
dormentes dão aos lagos quietos,
Ao
mar, ao campo, os sonhos mais secretos,
Que
vão pelo ar, noctâmbulos, pairando...
Então,
ó Monja branca dos espaços,
Parece
que abres para mim os braços,
Fria,
de joelhos, trêmula, rezando...
Cruz
e Sousa
Broquéis