terça-feira, 27 de agosto de 2013

UM APRENDIZ DE FEITICEIRO


CAVALO LÍRICO

O cavalo feiticeiro,
noivo das noites gerais,
era nas eras de paz,
escarvando escuridão.

Ao longe potros vermelhos,
ágeis e finos comparsas,
agitam crinas selvagens
pelas bodas do corcel.

Dois holofotes na noite,
as baionetas acesas
da testa semilunada
cravadas em solidão.

Os rastros brancos no encalço,
este cavalo é Saturno,
violentador dos carvões
da noite-mar violeta.

De negrura se tecia
a fazenda de seu manto
e no porte era a magia
da tristeza deste canto.


suplemento cultural de “o diário”/ bh

15/7/60