Amigos,
deixai-me ir tranqüilo. Vou
com
uma escolta perdida. Pois, perdi-a.
Então:
perdi-a. Sou exilado ou
um
ser que foi. Agora para onde ia?
Nem
sei, pois minha escolta regressou
vencida
e sem paz. Vai longe esse dia.
Foi
quando o meu destino começou
e
perdi a asa que me protegia.
Amigos,
deixai-me ir tranqüilo, pois,
com
meu ar de sonâmbulo perdido,
guerreiro
andante sem o seu cavalo.
Por
que afinal sem dó sofrerem dois?
Um
como um anjo inválido, banido,
e
o outro (o árdego animal) a acompanhá-lo?
Jorge
de Lima
Livro
de Sonetos