MATRAGA
I. Desoras
“Matraga não é matraga, não é nada.”
Matraga não é matraga
é Esteves das Pindaíbas
calcando fundo a espora
no dorso de outras vidas
Matraga é trago e intriga
e o mais por que Augusto se agasta
que à toa freme o trabuco
por nada estuga a matraca
Matraga é touro indisposto
picado de vespa nas fuças
é cão que espuma em agosto
Augusto à alheia angústia
Matraga é couro inda virgem
duro doido e sem detença
mas não tarda seu curtume
já o sojiga uma sentença
Fabio Weintraub
em cálamo desNorte
leituras poéticas em torno à obra de
João Guimarães Rosa
nankin editorial. São Paulo. 1997.