Testemunha
l8ª
Caetana Francisca de
Moura, natural da
Barra do Rio das Velhas, Comarca do Serro, moradora nesta Vila Rica de Nossa
Senhora do Pilar do Ouro Preto, que vive de suas costuras, de idade de vinte
anos, testemunha a quem ele, dito Ministro, deferiu o juramento dos Santos
Evangelhos, em um livro deles, em que pôs a mão direita, sob cargo do qual lhe
encarregou jurasse a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, o que
assim prometeu fazer como lhe estava encarregado.
E
perguntada ela, testemunha, pelo conteúdo no Auto desta Devassa que todo lhe
foi lido, disse que nada sabe sobre o expendido no dito Auto.
E
perguntada pelo referimento que nela fez a testemunha, o Capitão José Vicente
de Morais Sarmento, disse que era verdade o nele relatado, pois pedindo sua
mãe, Maria Rosa da Silva, ao Alferes Joaquim José da Silva, que visto dizer ele
que tinha muita amizade com o Ajudante de Ordens Antônio Xavier de Resende, e
que o Excelentíssimo Senhor Visconde General lhe fazia muito favor, quisesse
interessar-se para se sentar praça a um
seu filho por nome Serafim Gonçalves, o dito Alferes lhe respondeu, pondo-lhe a
mão no ombro – “Deixe estar minha camarada, que ninguém há de sentar praça a
seu filho, senão eu” – e naquela ocasião esteve conversando sobre muitos
interesses por que esperava, acrescentando que metendo certas águas na cidade
do Rio de Janeiro fazia tantos e quantos mil cruzados de renda, e que tendo
esta felicidade, também esperava fazer ainda esta terra feliz; e mais não
disse, nem dos costumes, por que foi perguntada; e assinou com o dito Ministro,
e eu, o Bacharel José Caetano César Manitti, Escrivão nomeado, o escrevi.
Saldanha -
Caetana Francisca de Moura