segunda-feira, 16 de junho de 2014
MINAS GERAIS
OURO
PRETO
Conseguiu
com facilidade acalmar os espíritos, e sob a apparencia de tranquillidade
marcharão as cousas publicas, por quanto continuou a revolução moral até o dia
da independência do Brasil, que não se fez esperar por muito tempo.
Além
do marechal Peixoto, figurarão muitos cidadãos dos quaes só restão o Sr. Major
Francisco Guilherme de Carvalho e major Luiz Maria da Silva Pinto ambos em
idade muito avançada.
Forão
proeminentes nos sucessos dessa época os finados José Teixeira da Fonseca
Vasconcellos (depois visconde de Caethé), e um dos mineiros mais illustres por
seus feitos; o senador José Bento Leite Ferreira de Mello, coronel Antonio
Thomaz de Figueiredo Neves, Theotonio Alves de Oliveira Maciel, Francisco Lopes
de Abreu, Joaquim José Lopes Mendes Ribeiro, Manoel Ignacio de Mello e Souza
(depois Barão do Pontal), capitão-mór Custodio José Dias, coronel Romualdo José
Monteiro de Barros (depois Barão do Paraopeba), Dr. Francisco Pereira de Santa
Appollonia e capitão-mór Manoel Teixeira da Silva.
Finalmente
em 1833 rebentou uma sedição que foi logo suffocada.
Não
tratamos da revolução de 1842 por não ter sido esta cidade o theatro de mais
essa luctuosa scena.
Villa-Rica
foi uma cidade opulenta e activa, e o attestão muitos monumentos que ainda
durão para gloria do seu passado.
Abandonada
sem muita razão, hoje ella está decadente apezar da muita riqueza que contém
ainda seu território, e que bem podia, utilisada, reergue-la ás glorias dos
tempos passados; mas o maldito egoísmo, o pouco amor que temos ás cousas
antigas, e não sabemos mesmo se a descrença em que vivemos submergidos, tem
concorrido para a decadência desta, como de outras localidades da província.
Almanack
Mineiro
século
XIX
editado
em Ouro Preto
em
1864
(mantida
a ortografia da época)
segunda-feira, 9 de junho de 2014
OS NOVOS INCONFIDENTES
José
Chaves Godinho
José
Colombo de Souza
José
Conceição Dantas
José
Costa Rios
José
Cristino da Silva
José
Cunha Filho
José
Custódio de Souza
José
da Conceição Teixeira
José
da Costa Ferreira Neto
José
da Silva
José
da Silva Seráfico de Assis Carvalho
José
d’Aparecida de Souza Paiva
José
David Wehbe
José
de Almeida Barreto
José
de Anchieta Nogueira
José
de Carvalho Ferraz
José
de Castro Alves
José
de Jesus
José
de Jesus Lima Monteiro
José
de Moraes Terra
José
de Moura Beleza
José
de Oliveira
José
de Oliveira Ramos
José
de Ribamar Carvalho
José
de Siqueira Rodrigues Filho
José
de Souza
José
Dell’Acqua
José
Dias David
José
Dias de Oliveira
José
Domingues Siqueira
José
dos Santos Serra
José
Edmílson de Oliveira
José
Edson Batista da Silva
José
Esmeraldo Dantas
José
Euleutério de Souza
José
Faria da Silva
José
Fernandes Machado
José
Fernando da Cruz
José
Ferreira
José
Figueira da Cruz
José
Figueiredo de Carvalho Gama
José
Florivaldo Sobreira Coutinho
José
Francisco Chagas
José
Francisco de Almeida
José
Francisco Fiel Filho
José
Gabriel de Moraes Brenner
José
Geraldo
José
Geraldo da Luz
José
Gerardo Ponte
José
Gerôncio Vasconcelos
José
Giovanini
José
Gomes Bezerril
José
Gomes Sobral
José
Gomes Talarico
Publicação
da Câmara dos Deputados
em
homenagem às vítimas da Ditadura
resultante
do golpe ianque-udeno-eclésio-
empresarial-militar
de 1º de abril de 1964.
sexta-feira, 6 de junho de 2014
OS INCONFIDENTES
Testemunha
19ª
Ana Maria da Silva, parda disfarçada, natural desta Vila
Rica de Nossa Senhora do Pilar do Ouro Preto, moradora na mesma Vila, que vive
de suas costuras, de idade de quarenta anos, testemunha a quem o dito Ministro
deferiu o juramento dos Santos Evangelhos em um livro deles em que pôs sua mão
direita, sob cargo do qual lhe encarregou que jurasse a verdade do que
soubesse, o que assim prometeu fazer como lhe estava encarregado.
E
perguntada ela, testemunha, pelo conteúdo no Auto desta Devassa, que todo lhe
foi lido, disse que somente sabe pelo ouvir dizer geralmente, depois que foi
preso no Rio de Janeiro o Alferes Joaquim José, e nesta Vila o Desembargador
Gonzaga, que aquele dito Alferes pretendia fazer um levante nestas Minas, e que
por causa desta desordem é que se tinham feito aquelas prisões; e mais não disse. E perguntada pelo referimento
que nela fez a testemunha, o Capitão José Vicente de Morais Sarmento, disse que
era verdade quanto se relatava naquele referimento, e que ela era a própria que
tinha pedido ao Alferes Joaquim José que quisesse interceder para sentar praça
a seu filho; ao que lhe tornou o dito Alferes, batendo-lhe com a mão no ombro:
- “Deixe estar, minha camarada, que ninguém há de sentar praça a seu filho,
senão eu.” E que a isto acrescentara que estava para ter grandes rendas e
fortunas por certas dependências que tinha no Rio, que lhe levariam quatro
anos, mas que depois se considerava o homem mais feliz do mundo, e que também
ainda havia de fazer a sua terra feliz. E mais não disse, nem dos costumes; e
sendo-lhe lido o seu juramento, o assinou com o dito Ministro; e eu, o Bacharel
José Caetano César Manitti, Escrivão nomeado, o escrevi.
Saldanha - Ana
Maria Rosa da Silva
quinta-feira, 5 de junho de 2014
MINAS GERAIS
OURO
PRETO
Trinta
e um ano depois desta luctuosa tragedia, outro movimento politico annunciava a
proxima independencia do Brasil.
O
Sr. D. João VI abandonando Portugal aos francezes retirou-se para o Rio de
Janeiro.
Posteriormente
tendo recebido a noticia de que Portugal expulsando heroicamente o estrangeiro,
seguio o exemplo da Hespanha adoptando as bases da Constituição jurada neste
paiz, embarcou-se e voltou para alli.
O
Brasil cançado já de soffrer aproveitou o ensejo, e tratou de fazer-se
participante do acto dos portuguezes, adherindo ao movimento politico que tão
asadamente se prestou ás suas aspirações.
Em
casa de José Maria Pinto Peixoto reunirão-se diversos cidadãos, e combinarão o
plano do movimento que no dia seguinte manifestou-se.
Peixoto
que era então tenente-coronel gozava de muito respeito entre a tropa, de quem
era instructor, e conseguiu pô-la em movimento nessa mesma noite; mandou
arrombar as portas do palácio, em que se havia inserrado D. Manoel de Portugal
e Castro, tirou as peças e assestou-as na boca das ruas que terminão na praça.
Quando
romperão as barras do dia essa praça estava apinhada de povo que dava vivas á
Constituição, e reclamava a eleição do governo provisório, e ás nove horas do
dia a Camara Municipal empossava os membros dese governo, a cuja frente foi
posto o mesmo D. Manoel, que muito contra sua vontade aceitou a missão.
Assim
foi que se deu o segundo passo para a liberdade do paiz, que há muito
espreitava para isso uma feliz oportunidade.
Inimigo
da nova instituição, não pôde por muito tempo suster-se no poder aquelle
general, e vio-se forçado a sahir de Minas para evitar um processo que se lhe
ia instaurar.
Continuando
a agitação, e não querendo os revoltosos reconhecer o Fundador do Império como
Príncipe Regente, foi elle obrigado a vir a Minas, e fez sua entrada
triumphante nesta capital no dia 9 de Abril de 1822, ás 6 horas da tarde.
Almanack
Mineiro
século
XIX
editado
em Ouro Preto
em
1864.
(Mantida
a ortografia da época).
terça-feira, 3 de junho de 2014
OS NOVOS INCONFIDENTES
Jorge
de Oliveira
Jorge
dos Santos
Jorge
Fernandes Ribeiro
Jorge
Gonçalves Pereira
Jorge
Maciel Alves
Jorge
Madureira
Jorge
Martins da Costa Passos
Jorge
Medeiros Valle
Jorge
Milton Temer
Jorge
Moraes
Jorge
Neves Bastos
Jorge
Okasian
Jorge
Pedro Dias
Jorge
Pereira Nobre
Jorge
Santos Gomes
Jorge
Soares de Albuquerque
Jorge
Viana da Silva
José
Alberto da Silva
José
Alencar Ramos Subtil
José
Alexandre de Menezes
José
Alves da Silva
José
Alves Pessoa
José
Alves Terceiro
José
Ananias Cysne Filho
José
Andrade Vieira
José
Ângelo Escapeti
José
Annibal de Souza Bouret
José
Aparecido da Costa
José
Aparecido Soares
José
Arruda Cordeiro Filho
José
Ásfor
José
Augusto da Cruz Victória
José
Augusto Silva Miranda
José
Barbosa Lopes
José
Barreto da Silva
José
Barreto de Souza
José
Benedito Barreto
José
Bento Januário
José
Bertoldo dos Santos
José
Bonifácio da Silva
José
Bonifácio de Andrade Fidelis
José
Bonifácio de Castro
José
Borges Alvarenga
José
Bottazzini
José
Campelo de Araújo
José
Caravato
José
Carlos Brandão Monteiro
José
Carlos de Barros Carvalho
José
Carlos de Jesus
José
Carlos de Miranda
José
Carlos do Prado Altro
José
Carlos Gonçalves Nascimento
José
Carlos Rivero
José
Carlos Zeferino
José
Cesário de Oliveira
Publicação
da Câmara dos Deputados
em
homenagem às vítimas da Ditadura
resultante
do golpe ianque-udeno-eclésio-
empresarial-militar
de 1º de abril de 1964.
segunda-feira, 2 de junho de 2014
OS INCONFIDENTES
Testemunha
l8ª
Caetana Francisca de
Moura, natural da
Barra do Rio das Velhas, Comarca do Serro, moradora nesta Vila Rica de Nossa
Senhora do Pilar do Ouro Preto, que vive de suas costuras, de idade de vinte
anos, testemunha a quem ele, dito Ministro, deferiu o juramento dos Santos
Evangelhos, em um livro deles, em que pôs a mão direita, sob cargo do qual lhe
encarregou jurasse a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, o que
assim prometeu fazer como lhe estava encarregado.
E
perguntada ela, testemunha, pelo conteúdo no Auto desta Devassa que todo lhe
foi lido, disse que nada sabe sobre o expendido no dito Auto.
E
perguntada pelo referimento que nela fez a testemunha, o Capitão José Vicente
de Morais Sarmento, disse que era verdade o nele relatado, pois pedindo sua
mãe, Maria Rosa da Silva, ao Alferes Joaquim José da Silva, que visto dizer ele
que tinha muita amizade com o Ajudante de Ordens Antônio Xavier de Resende, e
que o Excelentíssimo Senhor Visconde General lhe fazia muito favor, quisesse
interessar-se para se sentar praça a um
seu filho por nome Serafim Gonçalves, o dito Alferes lhe respondeu, pondo-lhe a
mão no ombro – “Deixe estar minha camarada, que ninguém há de sentar praça a
seu filho, senão eu” – e naquela ocasião esteve conversando sobre muitos
interesses por que esperava, acrescentando que metendo certas águas na cidade
do Rio de Janeiro fazia tantos e quantos mil cruzados de renda, e que tendo
esta felicidade, também esperava fazer ainda esta terra feliz; e mais não
disse, nem dos costumes, por que foi perguntada; e assinou com o dito Ministro,
e eu, o Bacharel José Caetano César Manitti, Escrivão nomeado, o escrevi.
Saldanha -
Caetana Francisca de Moura
domingo, 1 de junho de 2014
MINAS GERAIS
OURO
PRETO
Trinta
e um ano depois desta luctuosa tragedia, outro movimento politico annunciava a
proxima independencia do Brasil.
O
Sr. D. João VI abandonando Portugal aos francezes retirou-se para o Rio de
Janeiro.
Posteriormente
tendo recebido a noticia de que Portugal expulsando heroicamente o estrangeiro,
seguio o exemplo da Hespanha adoptando as bases da Constituição jurada neste
paiz, embarcou-se e voltou para alli.
O
Brasil cançado já de soffrer aproveitou o ensejo, e tratou de fazer-se participante
do acto dos portuguezes, adherindo ao movimento politico que tão asadamente se
prestou ás suas aspirações.
Em
casa de José Maria Pinto Peixoto reunirão-se diversos cidadãos, e combinarão o
plano do movimento que no dia seguinte manifestou-se.
Peixoto
que era então tenente-coronel gozava de muito respeito entre a tropa, de quem
era instructor, e conseguiu pô-la em movimento nessa mesma noite; mandou
arrombar as portas do palácio, em que se havia inserrado D. Manoel de Portugal
e Castro, tirou as peças e assestou-as na boca das ruas que terminão na praça.
Quando
romperão as barras do dia essa praça estava apinhada de povo que dava vivas á
Constituição, e reclamava a eleição do governo provisório, e ás nove horas do
dia a Camara Municipal empossava os membros dese governo, a cuja frente foi
posto o mesmo D. Manoel, que muito contra sua vontade aceitou a missão.
Assim
foi que se deu o segundo passo para a liberdade do paiz, que há muito
espreitava para isso uma feliz oportunidade.
Inimigo
da nova instituição, não pôde por muito tempo suster-se no poder aquelle
general, e vio-se forçado a sahir de Minas para evitar um processo que se lhe
ia instaurar.
Continuando
a agitação, e não querendo os revoltosos reconhecer o Fundador do Império como
Príncipe Regente, foi elle obrigado a vir a Minas, e fez sua entrada
triumphante nesta capital no dia 9 de Abril de 1822, ás 6 horas da tarde.
Almanack
Mineiro
século
XIX
editado
em Ouro Preto
em
1864.
(Mantida
a ortografia da época).
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