terça-feira, 28 de janeiro de 2014
OS INCONFIDENTES
TESTEMUNHA
9
José Pereira Marques, Tenente-Coronel do Regimento de Cavalaria
Auxiliar desta Vila Rica, natural de São João de Limãos, Concelho de Cerva,
Comarca de Vila Real, Arcebispado de Braga, morador nesta mesma Vila, que vive
de seu comércio e atual Contratador das Entradas nesta Capitania; de idade de
trinta e oito anos; testemunha a quem o
dito Ministro deferiu o juramento dos Santos Evangelhos em um livro deles em
que pôs sua mão direita, subcargo do qual lhe encarregou que jurasse a verdade
do que soubesse e lhe fosse perguntado, o que assim prometeu fazer como lhe
estava encarregado.
E
perguntado ele, testemunha, pelo conteúdo no Auto desta Devassa, que todo lhe
foi lido, disse que somente sabe, por ser público e notório depois das prisões
que se fizeram na Cidade do Rio de Janeiro, do Coronel Joaquim Silvério dos
Reis e do Alferes Joaquim José da Silva, por alcunha o Tiradentes, que o dito
Alferes andava convocando gente, tanto naquela cidade como nesta Minas, para se
efetuar nas mesmas e no Rio de Janeiro um levante. Porém que nunca ouvira
dizer, nem tem a menor notícia dos companheiros que o mesmo tinha para esta
ação, nem ouviu falar em mais ninguém a este respeito; pois somente sabe o que
dito tem. Declara porém, que transitando pela estrada do Rio o sobredito
Alferes e passando pela Borda do Campo, onde ele, testemunha, se achava nas
suas cobranças, em companhia de outro alferes do mesmo Regimento por nome
Matias Sanches, e achando-se este a horas de almoço na casa dele, testemunha, a
almoçar, chegou pouco depois também o dito Joaquim José; e dizendo o Sanches
que estava mal montado, lhe ofereceu ele, testemunha, um cavalo seu, que
aceitou; ao que disse aquele Joaquim José: “Só a mim se não fazem estes
oferecimentos”, ao que tornou ele, testemunha, que não tinha outro cavalo,
porém que tinha vendido um menos mau ao Padre Francisco Vidal de Barbosa Laje e
que, para o servir, lhe ia escrever para lho emprestar, o que de fato executou
escrevendo ao padre; e levando o mesmo Alferes Tiradentes aquela carta,
entregando-a ao dito padre, este lhe ofereceu outra cavalgadura, mas não aquele
dito cavalo picaço, o que o dito Alferes não aceitou; e ignora ele, testemunha,
se além disto, sempre aquele padre lhe emprestou alguma outra cavalgadura; e
mais não disse. E perguntado pelo referimento que nele fez a testemunha Basílio
de Brito Malheiro, disse que absolutamente se não lembra de que na sua presença
se praticasse na matéria que se articula no referimento; e mais não disse, nem
dos costumes; e sendo-lhe lido o seu juramento, o assinou com o dito Ministro,
e eu, o Bacharel José Caetano César Manitti, Escrivão nomeado, o escrevi.
Saldanha —
José Pereira Marques
Câmara
dos Deputados / Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Brasília /
Belo Horizonte. 1976.
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
OS NOVOS INCONFIDENTES
OS
NOVOS INCONFIDENTES
DEMISSÃO
Armando
Marques de Lima
Armando
Soares de Lima
Armando
Temperani Pereira
Armando
Ziller
Armindo
Domingos Machado
Arnaldo
Barreto de Souza
Arnaldo
Francisco Renz
Arnaldo
Mello
Arsênio
Hipólito
Arsênio
Martins Gomes
Arthur Benigno Machado
Arthur Bernd
Arthur Campelo
Arthur
Cantalice
Arthur
de Carvalho Santos
Arthur
Monteiro Neves
Arthur
Tubertini Macagi
Ary
Bugre de Oliveira
Ary
Camanho
Ary
de Alvarenga Gouvêa
Ary
de Paula
Ary
Oswaldo Trindade
Ary
Salvi
Ary
Teles Cordeiro
Arydio
Xavier da Cunha
Ascênio
Maximiliano Azzi
Assu
Guimarães
Atahualpa
Schmitz da Silva Prego
Átila
Azevedo Filho
Atualpa
Arruda Mariano
Augusto
Carrazzoni
Augusto
de Moura Coutinho
Augusto
Drummond
Augusto
Henrique Olivier Filho
Augusto
Luiz de Brito
Augusto
Maria Henrique D’Aurelle Olivier
Aurélio
Corrêa do Carmo
Aurélio
Meirelles Ribeiro
Aurélio
Pereira de Souza
Avelino
Iost
Aylton
Adalberto Mortati
Aymoré
de Melo Dias
Ayrton Cézar de Lima
Ayrton
Moraes Zandomênico
Ayrton
Ramos
Azair
Silva
Balthazar
Ferreira de Andrade
Bayard
Demaria Boiteux
Belarmino
Alfredo dos Santos
Belmiro
Antônio Ferrari
Belmiro
Augusto do Nascimento
Benedita
Maia da Silva
Benedito
Alves da Silva
Benedito
Bianco
Benedito
Campos Bacelar
Publicação
da Câmara dos Deputados
em
homenagem às vítimas do golpe
ianque-udeno-eclesiástico-empresarial
-
militar de 1º de abril de 1964.
domingo, 19 de janeiro de 2014
OS INCONFIDENTES
ASSENTADA
Aos
vinte e cinco dias do mês de junho de mil, e setecentos e oitenta e nove, nesta
Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar do Ouro Preto e casas do Desembargador
Pedro José Araújo de Saldanha, Ouvidor e Corregedor desta Comarca, onde eu, o
Bacharel José Caetano César Manitti, fui vindo e, sendo aí, pelo dito Ministro
foram inquiridas as testemunhas cujos nomes, naturalidades, moradas, ofícios, e
idades são os que se seguem; do que, para constar fiz este termo; e eu, o
Bacharel José Caetano César Manitti, Escrivão nomeado o escrevi.
Testemunha
8ª
José Joaquim da Rocha, Sargento-Mor de Minas Novas, natural do Salgueiro,
Comarca de Aveiro, morador nesta Vila Rica, que vive de seu negócio, idade de
quarenta anos, testemunha a quem o dito Ministro deferiu o juramento dos Santos
Evangelhos em um livro deles, em que pôs sua mão direita, subcargo do que lhe
encarregou jurasse a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, o que
assim prometeu cumprir como lhe era encarregado.
E
perguntado pelo Auto desta Devassa, que lhe foi lido, disse que o que somente
sabe é que achando-se ele, testemunha, na Casa da Ópera no Rio de Janeiro, há
de haver um ano, viu entrar pela platéia um oficial do Regimento de Cavalaria
Paga dessa Capitania, Joaquim José da Silva, por alcunha o Tiradentes; e logo
que entrou, lhe deram uma pateada; no que refletindo ele, testemunha,
perguntou: “Por que motivo tinham dado aquela pateada ao dito oficial?” Eles
responderam que era porque andava espalhando por aquela cidade que ainda havia
de fazer feliz a América, e muito mais aquela cidade; do que todos se riram;
ele, testemunha, atribuiu esta asserção ao requerimento em que o dito andava
para introduzir no Rio de Janeiro certas águas, de que dizia resultava muita
utilidade ao público; porém que a respeito de levante que se quisesse fazer, ou
ali ou aqui em Minas, nunca ele, testemunha, ouviu falar nem ao dito Alferes,
nem a outra pessoa, e só depois das prisões que se praticaram nesta Vila é que
ele, testemunha, tem ouvido geralmente falar que o referido Alferes tinha sido
o motor daqueles procedimentos, por intentar fazer uma sublevação nesta
Capitania; e nada mais sabe a este respeito.
E
perguntado pelo referimento que nele fez a testemunha, o Tenente-Coronel
Basílio de Brito Malheiro, que todo lhe foi lido, disse que era verdade
haver-se hospedado em sua casa o Sargento-Mor Manuel Antônio de Morais,
residente nas Congonhas do Serro do Frio, a quem o referente ia visitar algumas
vezes; e da mesma forma, também é certo que em uma delas se achou ali aquele
Alferes Joaquim José, única, segundo sua lembrança, que ali foi; porém ele,
testemunha, não está lembrado de ouvir a conversação que se acusa no
referimento; e podia ser que a houvesse em tempo que ele, testemunha, tivesse
ido para outra casa interior; sendo certo que nem aquela visita se dirigia a
ele, testemunha, nem os ditos passavam da sala em que eram recebidos; e muito
menos o dito Alferes, com quem ele, testemunha , se não tratava em amizade; e
mais não disse nem dos costumes; e sendo-lhe lido o seu juramento, o assinou
com o dito Ministro; e eu, o Bacharel José Caetano César Manitti, Escrivão
nomeado, que o escrevi.
Saldanha — José Joaquim da Rocha
Publicação
da Câmara dos Deputados e da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Brasília /
Belo Horizonte. 1976.
sábado, 18 de janeiro de 2014
O CAMPEÃO DO TAPETÃO OU COMO A CBF É CARIOCA
PINGO
NOS IS
Esqueçamos
palavrórios jurídicos ou esdrúxulas citações do “Pequeno Príncipe” (tal e qual
as misses de antigamente). Pelos resultados obtidos EM CAMPO, o Fluminense já
foi rebaixado QUATRO vezes! Mas disputou apenas uma vez a Segunda Divisão (e
caiu!) e a Terceira (e a venceu)! Em suma: NUNCA conseguiu voltar à elite do
futebol brasileiro jogando bola... Fato incontestável. E triste.
Renato
Maurício Prado
em
sua coluna n’O GLOBO
de
sexta-feira, l7.1.2014.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
OS NOVOS INCONFIDENTES
DEMISSÃO
Antônio
Gonçalves de Vargas
Antônio
Granja de Carvalho
Antônio Ivan Gonzaga de
Faria
Antônio
José Paulo
Antônio
Lemos Neto
Antônio
Lopes de Oliveira
Antônio
Manoel de Matos
Antônio
Maria Porto
Antônio
Marques
Antôno
Marques Thomaz
Antônio
Martins Gonçalves
Antônio
Maurino Ramos
Antônio
Medeiros de Aquino
Antônio
Mello Motta
Antônio
Mirancos Filho
Antônio
Misciasci Gagliardi
Antônio
Nascimento Vasconcelos
Antônio
Nascimento Vasconcelos
Antônio
Paulino da Costa
Antônio
Pereira da Silva
Antônio
Pimentel
Antônio
Pizza
Antônio
Prudente de Oliveira
Antônio
Rezende Costa
Antônio
Ribeiro de Carvalho Filho
Antônio
Roberto Barbosa
Antônio
Sarmanho
Antônio
Serejo Freiras
Antônio
Shirley Cruz Jucá
Antônio
Silveira Thomaz
Antônio
Sobral
Antônio
Tavares Pedrosa
Antônio
Teixeira Filho
Antônio
Viana de Oliveira
Aproniano
Neto de Araújo
Aquilino
Borges
Araken
Aloísio Ferreira
Araken
Rezende de Oliveira Machado
Arcílio
Ferreira Goulart
Argemiro
Bressan
Argemiro
de Assis Brasil
Argentino
Gomes Cunha
Ariosvaldo
Figueiredo Santos
Aristeu
Rodrigues Moreira
Aristides
Rodovaldo de Alencar
Aristides
Teixeira Lopes
Aristóbulo
Oliva Boaventura da Silva
Aristóteles
de Miranda Mello
Arlindo
Alfredo Franco de Castro
Arlindo
da Cruz Cordeiro
Arlindo
Luiz Ferreira
Armando
Chaves
Armando
Coelho da Rocha Filho
Armando
D’Ávila Machado
Publicação
da Câmara dos Deputados
em
homenagem às vítimas do golpe
ianque-udeno-eclesiástico-empresarial-
militar
de 1º de abril de 1964.
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
OS INCONFIDENTES
TESTEMUNHA
7ª
O
Bacharel Antônio José Soares de Castro, Tenente-Coronel dos Pardos da Vila do
Príncipe, comarca do Serro do Frio, natural de São Gonçalo do Rio Preto,
Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da dita Vila, morador atualmente nesta
Vila Rica, que vive de suas letras, de idade de trinta e quatro anos,
testemunha a quem o dito Ministro deferiu o juramento dos Santos Evangelhos em
um livro deles em que pôs sua mão direita, sob cargo do qual lhe encarregou
jurasse a verdade do que soubesse e se lhe perguntasse, o que assim prometeu
fazer como lhe estava encarregado.
E
perguntado ele, testemunha, pelo conteúdo no Auto desta Devassa que todo lhe
foi lido, disse que somente sabe, por ouvir dizer depois das prisões que se
fizeram nesta Vila, que estava para se concitar na mesma e em todas as Minas um
levante. E se lembra que das pessoas a quem ouviu falar neste fora o
Tenente-Coronel Basílio de Brito, e mais não disse. Porém, antes das prisões,
recolhendo-se para a casa dele, testemunha, Salvador Carvalho do Amaral Gurgel,
onde também assistia juntamente, lhe perguntou o mesmo se sabia o que ia de
novo; e respondendo-lhe que não, tornou-lhe o mesmo Salvador que o Alferes
Joaquim José, por alcunha o Tiradentes, lhe contara que estava para haver um
levante em toda a Capitania, para cujo efeito haviam já solicitado alguns
sujeitos opulentos de São Paulo. E que o mesmo Alferes ia para o Rio de Janeiro
agregar aí algumas pessoas. E depois que este dito Alferes foi preso naquela
cidade, indo ele, testemunha, à casa em que então já morava separado o dito
Salvador para visitá-lo, estando enfermo, lhe perguntou este se ele,
testemunha, estava certo no que ele, Salvador, lhe havia contado a respeito
daquele Alferes. E respondendo-lhe que sim, lhe tornou o dito Salvador: “Veja
lá em que estado agora me punha se lhe dou a carta que ele me pedia para o
Tenente de Artilharia do Rio de Janeiro, Francisco Manuel!”
E
perguntado mais pelo referimento que nele fez a testemunha, o Tenente-Coronel
Basílio de Brito Malheiro, disse que era verdade o nele conteúdo, do que tem
perfeita lembrança; e que o mencionado Doutor, quando disse que o Senhor
General havia de ser o mais infeliz que veio a Minas, deu logo a razão: “porque
perseguia os clérigos”, em cuja matéria e resposta está bem presente ele,
testemunha. E mais não disse, nem ao costume; e assinou com o dito Ministro,
depois de lhe ter sido lido seu juramento, que achou conforme. E eu, o Bacharel
José Caetano César Manitti, Escrivão nomeado, que o escrevi.
Saldanha -
Antônio José Soares de Castro
Autos
de Devassa da Inconfidência Mineira. Vol. 1.
Editado
pela Câmara dos Deputados e a Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais.
Brasília / Belo Horizonte.1976.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
OS NOVOS INCONFIDENTES
DEMISSÃO
Amaury
Silva Nogueira
Américo
Basile
Américo
João Teixeira
Amílton
Rossi
Andrade
Paulo Kichita
André
Avelino Villasanti Filho
Angelino
Alves de Oliveira
Angelino
Moliterno
Ângelo
Antônio Borgese
Ângelo
de Miranda Caldeira
Ângelo
Liguori
Aníbal
D’Albuquerque Bezerra
Aníbal
Rey Novaes
Anísio
Astério Contreiras de Carvalho
Anísio
Basílio da Motta
Anníbal
Alberto de Albuquerque Maranhão
Antenor
Aguiar Filho
Antenor
Esteves
Antenor
Rahal Raickel
Antoniel
Alves Feitosa
Antonino
Sérgio Guimarães
Antônio
Alberto Pacca
Antônio
Almino de Alencar Filho
Antônio
Alpheu da Mata
Antônio
Alves Moreira
Antônio
Aragão Filho
Antônio
Ayres
Antônio
Baptista Neiva de Figueiredo Filho
Antônio
Barbosa de Araújo
Antônio
Borges Sobrinho
Antônio
Brito de Almeida
Antônio
Calderelli
Antônio
Canton
Antônio
Carlos Barreto
Antônio
Carlos de Campos
Antônio
Carlos Teixeira de Carvalho
Antônio
Chiarello
Antônio
Cid
Antônio
Clímaco Filho
Antônio
Cunha
Antônio
de Assis Taveira
Antônio
de Faria Lopes
Antônio
de Oliveira Lins
Antônio
de Souza
Antônio
Dias Teixeira
Antônio
dos Santos
Antônio
Fausto do Nascimento
Antônio
Feitosa da Silva
Antônio
Felipe Santiago
Antônio
Fernandes Bezerra
Antônio
França Filho
Antônio
Garcia Filho
Antônio
Geraldo da Silva
Antônio
Geraldo de Souza Leão
Publicação
da Câmara dos Deputados em homenagem às vítimas do golpe fascio-ianque-eclesiástico-udeno-empresarial-militar
de lº de abril de 1964.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
OS INCONFIDENTES
TESTEMUNHA 6ª
Crispiniano da Luz Soares, homem pardo, natural do Arraial do Tejuco, comarca do Serro do Frio, Bispado de Mariana, morador no mesmo Arraial, que vive de seu ofício de alfaiate, de idade de vinte e dois para vinte e três anos, testemunha a quem o dito Ministro deferiu o juramento dos Santos Evangelhos em um livro deles em que pôs sua mão direita, subcargo do qual lhe encarregou jurasse a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado; o que assim prometeu fazer, como lhe estava encarregado.
E perguntado ele, testemunha, pelo conteúdo no Auto desta Devassa, que lhe foi lido, disse que, sentando-se uma vez, depois das Trindades em um cepo, que está à porta do Quartel-Mestre dos Pardos desta Vila, Eusébio da Costa Ataíde, no fim da ponte do Ouro Preto, com Salvador Carvalho do Amaral Gurgel, conversando em várias matérias, lhe perguntou ele, testemunha, se já se tinha feito junta para a derrama; e tornando-lhe ele, testemunha, a perguntar: ao que lhe respondeu o mesmo Salvador que já se tinha escrito para São Paulo, para se não pagar a derrama; e tornando-lhe ele, testemunha, a perguntar: “Por que razão?”lhe respondeu o mesmo Salvador que a seu tempo o saberia e que a este respeito havia grande novidade, porque estava para se fazer um levante; e tornando-lhe a perguntar o motivo desse procedimento, teve a mesma resposta, de que a seu tempo o saberia; e logo se despediu, subindo pela ladeira acima que fica ali vizinha, e deixando a ele, testemunha. E mais não disse.
E perguntando ele, testemunha, pelo referimento que nele fez o Tenente-Coronel Basílio de Brito Malheiro, disse que era verdade todo o conteúdo no referido referimento e que ele, testemunha referida, comunicou àquele Sargento-Mor Raimundo Correia Lobo, na mencionada Estalagem, por assim o ter ouvido ao sobredito Salvador Carvalho, como declarado tem. E mais não disse, nem aos costumes, e sendo lido o seu juramento o assinou com o dito Ministro; e eu, o Bacharel José Caetano César Manitti, Escrivão nomeado, que o escrevi.
Saldanha - Crispiniano da Luz Soares
Autos de Devassa da Inconfidência Mineira
publicação da Câmara dos Deputados e do
Governo do Estado de Minas Gerais.
Brasília – Belo Horizonte. 1976.
sábado, 4 de janeiro de 2014
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
OS NOVOS INCONFIDENTES
DEMISSÃO
Aldemir
Francisco Correia
Aldino
Moreira de Miranda
Aldo
César Vargas Rodrigues
Aldo
da Gama e Silva
Aldo
Fusco
Alecino
Aires de Menezes
Alencar
Ribeiro
Alexandre
Tomaz da Silva
Alfredo
Bandeira Filho
Alfredo
Carlos Cunha de Oliveira
Alfredo
de Freitas Dias Gomes
Alfredo
Machado Marques
Alfredo
Pereira de Araújo
Alfredo
Ribeiro Daudt
Alfredo
Rodrigues da Mota
Alfredo
Salman
Alfredo
Soares de Brito
Alípio
Prado Neto
Almerindo
Adriano
Almerindo
Fernandes Ribeiro
Almir
Amorim
Almir
Campos de Almeida Braga
Almir
de Oliveira Imenes
Almir
França
Almir
Rodrigues Sales
Almiro
Domingues
Aloísio
de Castro Toledo
Aloísio
Rocha
Alonso
Ribeiro dos Santos
Alpheu
Gomes
Altair
Lucchesi Campos
Altair
Poiares Corrêa
Altair
Soares de Souza
Altamir
de Barros Cabral
Altamiro
Moreira Lola
Altayr
Cayres
Altino
Emílio dos Santos
Aluísio
Palhano Pedreira Ferreira
Alvacyr
Gonçalves Bellis
Álvaro
Borges Vieira Pinto
Álvaro
Ferreira de Melo
Álvaro
Freitas Coelho da Rosa
Álvaro
Marques
Álvaro
Moreira de Oliveira Filho
Álvaro
Scalise
Amadeu
de Almeida
Amadeu
Felipe da Luz Ferreira
Amadeu
Luiz Avighi
Amadeu
Paschoalini
Amadeu
Pereira Paniago
Amália
Hermano Teixeira
Amaro
Barros da Silva
Amaro
Fernandes da Silva
Amaury
Alfredo Gomes de Arruda
Amaury
da Silva
Amaury
de Almeida
Publicação
da Câmara dos Deputados, em homenagem às
vítimas do golpe ianque-eclesiástico-empresarial-militar de
1º de abril de 1964.
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
OS INCONFIDENTES
TESTEMUNHA 5ª
O
Sargento-Mor Raimundo Correia Lobo, homem pardo, natural da Freguesia de Nossa
Senhora da Conceição da Vila do Príncipe e morador no Arraial do Tejuco,
Comarca do Serro do Frio, que vive de suas lavras, de idade de trinta e sete
anos, testemunha a quem o dito Ministro deferiu o juramento dos Santos
Evangelhos, em um livro deles em que pôs sua mão direita, subcargo do qual lhe
encarregou jurasse a verdade do que soubesse e lhe fosse perguntado, o que
assim prometera fazer como lhe estava encarregado.
E
perguntado ele, testemunha pelo conteúdo no Auto desta Devassa, que todo lhe
foi lido, disse que, achando-se ele em casas do Doutor Antônio José Soares de
Castro, com quem assistia junto com um Salvador de Carvalho do Amaral Gurgel,
vindo este de fora em certa ocasião, ouviu que o mesmo, em particular, estava
contando àquele Doutor, que também é tenente-coronel dos Pardos da Vila do
Príncipe, que o Alferes Joaquim José da Silva, por alcunha o Tiradentes, lhe
referira que estava para se fazer um novo Parlamento nestas Minas; a cuja
notícia, virou logo o dito Doutor dizendo: “Não se fale aqui nisso; e quem for
o motor de semelhante coisa, verá o que lhe sucede, pois é um crime da primeira
cabeça”. E foi isto unicamente o que ele, testemunha, tem ouvido a este
respeito.
E
perguntado ele, testemunha, pelo referimento que nele fez a testemunha
Tenente-Coronel Basílio de Brito Malheiro, que todo lhe foi lido, disse que
passava na verdade ter ele falado, na ocasião apontada no referimento e na
mencionada Estalagem, com o pardo Crispiniano da Luz Soares, e dizer-lhe este:
— “Que lhe parece a Vossa Mercê o que vai de novo: o levante que querem fazer?”
Ao que lhe respondeu ele, testemunha: — “Nem falar nisso é bom; já o Salvador
falou no mesmo em casa do Tenente-Coronel Antônio José Soares de Castro, e este
ralhou infinito”.
Não
está porém certo ele, testemunha, se o mesmo Crispiniano lhe disse o mais que
acusa o referimento, relativamente a ter-se escrito para São Paulo para se não
pagarem os dízimos, do que não tem lembrança. E mais não disse nem aos
costumes; e sendo lido o seu juramento o assinou com dito Ministro; e eu, José
Caetano César Manitti, Escrivão nomeado, o escrevi.
Saldanha —
Raimundo Correia Lobo
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