OURO
PRETO
Ouro
branco! Ouro preto! Ouro podre! De cada
Ribeirão
trepidante e de cada recosto
De
montanha o metal rolou na cascalhada
Para
o fausto del-Rei, para a glória do imposto.
Que
resta do esplendor de outrora? Quase nada:
Pedras...
templos que são fantasmas ao sol-posto.
Esta
agência postal era a Casa de Entrada...
Este
escombro foi um solar... Cinza e desgosto!
O
bandeirante decaiu – é funcionário.
Último
sabedor da crônica estupenda,
Chico
Diogo escarnece o último visionário.
E
avulta apenas, quando a noite de mansinho
Vem,
na pedra-sabão, lavrada como renda,
-
Sombra descomunal, a mão do Aleijadinho!
Manuel
Bandeira
em
Lira dos Cinqüent’anos.